Conservação
Internacional reúne chefes de estados,
representantes de comunidades e empresas,
ONGs e doadores a partir desta terça-feira
em Madagascar
Antananarivo, Madagascar,
19 de junho de 2006 — De 20 a 24 de junho,
a organização ambientalista
Conservação Internacional (CI)
promove a conferência Reagindo ao Declínio
da Natureza: o Contexto Africano (Defying
Nature´s End: The African Context) em
Antananarivo, capital de Madagascar. Os mais
de 400 participantes de diferentes partes
do planeta querem demonstrar como a biodiversidade
pode ajudar a reduzir a pobreza, combater
doenças e melhorar a qualidade de vida
de milhões de pessoas no continente.
“O Brasil tem muitas experiências
inovadoras que visam compatibilizar conservação
da biodiversidade e redução
da pobreza e eu acredito que algumas delas
podem ser aplicadas com sucesso também
em algumas regiões de alta biodiversidade
na África”, comenta José Maria
Cardoso da Silva, vice presidente de ciência
da CI-Brasil. “Estudos prévios demonstram
que um dos itens mais importantes para garantir
a conservação da extraordinária
biodiversidade africana é a formação
de novos recursos humanos nas áreas
de ecologia e florestas e o Brasil, com toda
a sua rede de instituições de
pesquisa e universidades, pode dar uma contribuição
importante neste sentido”.
O evento contará
com a participação de chefes
de Estado, representantes de comunidades e
empresas, instituições ambientalistas
e de pesquisa. Na abertura, o presidente de
Madagascar, Marc Ravalomanana, reforçará
seu compromisso com a proteção
das últimas florestas da ilha africana.
O vice-presidente de Botsuana, Ian Khama,
e o diretor do Projeto das Nações
Unidas para os Objetivos do Milênio,
Jeffrey D. Sachs, também participam
da conferência.
“É evidente que a
natureza oferece a mais barata e eficaz fonte
de água, alimento, energia e outros
benefícios que compõem o que
ultimamente se convencionou chamar de ´serviços
ecológicos´”, diz Russell A.
Mittermeier, presidente da CI. “Utilizar de
forma sustentável todos esses benefícios,
através da conservação
da biodiversidade, é justamente a equação
que o encontro vai buscar resolver”.
Madagascar, renomada por
seus lêmures, camaleões e baobás,
está revertendo a tradição
de desmatamento em favor da proteção
de sua biodiversidade única. O presidente
se comprometeu a triplicar até 2008
o número de áreas protegidas
no país e criar mecanismos de gestão
dos seis milhões de hectares.
A conferência consistirá
de cinco sessões plenárias e
inúmeras mesas-redondas. Os resultados
e compromissos gerados durante as discussões
vão ser sintetizados na “Declaração
de Madagascar”, mostrando como a biodiversidade
pode contribuir com o desenvolvimento humano.
Dentre os principais temas
da discussão estão:
• A importância da
África para a biodiversidade: oportunidades
e ameaças;
• Como a redução
de dívidas e o aumento em investimentos
podem assegurar a gestão efetiva do
capital natural e contribuir com a redução
da pobreza;
• Meio ambiente, pobreza
e saúde;
• Valorização
e avaliação dos serviços
ecológicos;
• Gestão de recursos
e governança.
Na agenda da conferência
também estão programadas sessões
de capacitação para jornalistas
africanos, workshops de fotografia de natureza,
o lançamento do Guia Prático
sobre Biodiversidade e Mineração
e a apresentação do segundo
estudo “Futuro do meio ambiente na África”,
do Programa Ambiental das Nações
Unidas.