23/06/2006 - Embrapa
participa de projeto internacional sobre metodologias
para garantir a biossegurança na liberação
de transgênicos
A Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia (Brasília-DF), uma
das 40 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
faz parte de um projeto internacional denominado
GMO ERA, que tem como objetivo desenvolver
novas metodologias e aperfeiçoar as
já existentes para análise de
riscos ambientais de organismos geneticamente
modificados – OGM’s. Como iniciativa dessa
parceria, está sendo realizado no Instituto
Israel Pinheiro, em Brasília, DF, no
período de 20 a 23 de junho, o Workshop
de Formação do Time de Especialistas
em Avaliação de Riscos Ambientais
de OGM’s, que conta com a participação
de 24 especialistas brasileiros e 10 estrangeiros
da Costa Rica, Estados Unidos, México,
Peru, Suíça, Tanzânia,
Uganda e Vietnam.
O workshop tem como objetivo
treinar os participantes para que possam atuar
como professores e disseminadores de conhecimentos
em seus países sobre três temas
principais: fluxo de genes, que é o
movimento natural de genes entre populações
de plantas (no caso de organismos transgênicos,
esse movimento pode ser ou não desejável);
efeitos sobre a biodiversidade e insetos não-alvo;
e manejo de resistência de insetos e
plantas daninhas. Para isso, estão
sendo discutidas bibliografias e metodologias,
que resultarão em materiais impressos
para serem utilizados em cursos. Esse é
o segundo workshop de formação
de especialistas, o primeiro foi realizado
no Vietnam.
O GMO ERA, financiado pela
Agência Suíça para o Desenvolvimento
e Cooperação, é uma iniciativa
pioneira de 260 cientistas da área
ambiental que trabalham em instituições
públicas e tem cerca de 700 contatos
em 116 países. Mais de 70% dos integrantes
desse grupo representam países em desenvolvimento.
O grupo regional da América Latina
é coordenado pelas pesquisadoras da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,
Eliana Fontes; e da Embrapa Meio Ambiente,
Deise Capalbo.
“A Embrapa começou
a fazer parte do projeto GMO ERA em 2002 e
desde então várias iniciativas
já foram realizadas, como reuniões
com os países participantes em São
Paulo, Brasília e mais recentemente
uma participação na 3ª
Reunião das Partes do Protocolo de
Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3),
em Curitiba”, como explica a pesquisadora
Eliana Fontes. Em todos esses eventos, o objetivo
sempre foi prover ferramentas e capacitar
os responsáveis (que podem ser reguladores
e outros interessados) por tomadas de decisão
em todo o mundo, na definição
de informações e dados relevantes
para as análises de riscos ambientais
relacionadas a organismos transgênicos.
“Sempre levando em conta as diversidades de
sistemas agrícolas entre os países”,
enfatiza Eliana.
O projeto resultou também
na publicação de dois livros
sobre os riscos de liberação
de organismos geneticamente modificados no
meio ambiente: um que analisa esses riscos
em relação a algodão
transgênico no Brasil, que conta com
a participação da pesquisadora
Eliana Fontes como autora; e outro com o mesmo
enfoque sobre milho transgênico no Quênia.