Ela está localizada na Boca do Acre,
uma região de intensa atividade agropecuária,
com destaque para a expansão da pecuária
de corte, e onde se concentram os maiores
desmatamentos do Amazonas. A reserva tem na
coleta de castanhas e na extração
do látex das seringueiras suas mais
relevantes atividades extrativistas.
Por sua vez, o Parque Nacional dos Campos
Amazônicos, localizado no sudoeste do
Amazonas e no extremo nordeste de Rondônia,
é a primeira UC de proteção
integral neste tipo de formação
vegetal, denominada campos naturais. O local
é um importante refúgio natural
de aves migratórias e trata-se de uma
localização estratégica
também para a conservação
considerando que a área tem sido bastante
visada pelos grileiros nos últimos
anos e um dos grandes alvos da expansão
da fronteira agrícola, devido principalmente
ao relevo plano que permite agricultura mecanizada
ou em larga escala.
“É justamente por considerar a importância
de bloquear o desmatamento dessas áreas
que nós vemos com bons olhos a assinatura
destes decretos pelo governo federal. No entanto,
esperamos que no futuro as demandas e a segurança
das comunidades, assim como a preservação
da floresta, sejam consideradas prioritárias
em relação a essas desavenças
entre os governos”, afirma Sérgio Leitão,
diretor de políticas públicas
do Greenpeace. Como objetivo de evitar que
problemas como este se repitam, o governo
federal e o governo do Amazonas, que também
anunciou a criação de UCs estaduais,
assinaram um memorando de entendimento para
que sejam adotados procedimentos comuns na
criação de unidades no Estado.
Com esses decretos, a área protegida
na Amazônia aumenta 1,84 milhão
de hectares, chegando a 19,3 milhões
de hectares a área de unidades de conservação
criadas neste governo na Amazônia, o
que equivale a 34% do total de UCs criadas
até hoje.
Leitão destaca ainda que, com esses
atos, o governo caminha no sentido de criar
uma barreira à ameaçadora expansão
da soja na região da Floresta Amazônica.
“Isto está de acordo com a proposta
do Greenpeace de criar um Muro Verde contra
o desmatamento. Agora, o mais importante é
que a criação dessas unidades
não fique só no papel e que
o governo garanta a sua fiscalização
para que sejam protegidas de invasões
por parte de madeireiros e grileiros”, conclui.