Sete indígenas
da aldeia Xacriabá, localizada em São
João das Missões (MG), estão
se preparando para comemorar no final do ano
uma grande conquista. Após um ano e
dois meses de aulas, eles irão se formar,
em dezembro, em técnicos em higiene
dental. Com a formação, poderão
ajudar os 7.200 indígenas de sua aldeia,
que enfrentam problemas na área de
saúde bucal.
Formados, poderão
realizar restaurações simples,
visitas domiciliares com promoção
de saúde e escovação
supervisionada. Mais do que isso, poderão
acompanhar o desenvolvimento dentário
das crianças, de forma a evitar doenças
na fase adulta. “Eles poderão ajudar
bem mais a comunidade, porque serão
bem instruídos”, comemora Tales Francisco
Leonhardt Ferreira, coordenador de Saúde
Bucal do Distrito Sanitário Especial
Indígena (Dsei) de Minas Gerais e Espírito
Santo.
Os sete técnicos
se unirão, após a conclusão
do curso, aos 53 Agentes Indígenas
de Saúde (AIS) que atuam na aldeia
e que realizaram, no final do ano passado,
um curso de capacitação em saúde
bucal. Foram três dias de oficina supervisionada,
realizada pela Fundação Nacional
de Saúde Funasa com apoio da Secretaria
de Saúde do município e de professores
e estudantes da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). “Em São João
das Missões temos grande apoio do prefeito
e do secretário de Saúde, porque
ambos são indígenas”, explica
Tales Francisco.
A necessidade de formação
dos técnicos e da capacitação
dos AIS foi detectada pelos técnicos
da Funasa e da UFMG. A Universidade é
parceira da Fundação em um trabalho
de promoção da saúde
bucal no Estado.
À exemplo do que
ocorre na aldeia Pataxó, também
em Minas Gerais ,onde estão perto de
serem sanados os problemas de saúde
bucal, a UFMG está atuando, juntamente
com a Funasa, no atendimento aos indígenas
da aldeia Xacriabá. Além dos
estudantes de odontologia, a universidade
disponibiliza para a comunidade estudantes
de medicina e enfermagem.
Por enquanto, os profissionais
de saúde bucal estão atuando
na adequação do meio. Ou seja,
começam a tratar cáries e fazer
uma espécie de levantamento para determinar
a extensão do problema na comunidade.
A partir daí, serão iniciados
os tratamentos. Como a comunidade é
grande o trabalho deverá ser mais prolongado
do que o desenvolvido na aldeia Pataxó,
onde vivem 270 indígenas. A expectativa
é minorar as dificuldades com a ajuda
dos AIS, agora capacitados, e dos técnicos
em higiene dental que, em breve, irão
atuar na aldeia.
Fonte: Funasa.