20/06/2006
- Brasília – A sociedade brasileira
tem uma dívida cultural com a população
negra, indígena e cigana que só
poderá ser revista com a soma de esforços
conjuntos entre a sociedade e os governos
federal, estadual e municipal.
A afirmação
é da ministra da Secretaria Especial
de Políticas de Promoção
de Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro,
que participou hoje (20) do segundo dia do
6º Fórum Intergovernamental de
Promoção da Igualdade Racial.
O evento, que termina amanhã (21),
em Brasília, tem o objetivo de discutir
a implementação, nos três
níveis de governo, das políticas
voltadas para a área.
"A ação
do governo federal é um elemento da
engrenagem", disse Matilde, acrescentando
que o Brasil precisa "repactuar"
a ordem das políticas públicas
voltadas à promoção da
igualdade racial.
Segundo ela, atender à
área de promoção racial
significa reordenar "toda a lógica"
da política pública brasileira
e entender que as políticas universalistas
"não dão conta" de
questões que se referem diretamente
a discriminações e exclusões.
"É preciso ter ações
afirmativas, então os resultados que
estamos tendo agora são base para a
constituição das políticas
dos governos futuros do ponto de vista municipal,
estadual e também federal".
Para Matilde, as ações
realizadas pelo governo federal desde a criação
da Seppir, no início 2003, são
condizentes com o momento em que o país
está construindo uma política
para a área.
"Criamos uma dinâmica de trabalho
entre os ministérios, por meio do Programa
Brasil Quilombola, coordenado pela Seppir
e pela Casa Civil. Criamos métodos
de trabalho para corresponder a essa política".
De acordo com a ministra,
até o momento, oito comunidades remanescentes
de quilombos foram tituladas e 2,5 mil comunidades
foram identificadas.