24/06/2006 - O projeto
"Plantas do Futuro" visa conhecer
melhor as plantas nativas do Cerrado
Embrapa coordena projeto para conhecer melhor
o potencial das espécies nativas da
região centro-oeste, de forma a beneficiar
os pequenos produtores e o setor empresarial
A região centro-oeste
abriga uma enorme riqueza de espécies
vegetais nativas. Ao longo de seus 1.606.370
km², divididos entre os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e
o Distrito Federal, encontram-se três
biomas: o cerrado, o pantanal e parte da Floresta
Amazônica, o que dá a essa região
uma diversidade expressiva de plantas. Mas,
o conhecimento sobre essa riqueza genética
ainda é pouco significativo, já
que menos de 1% das espécies nativas
foram pesquisadas geneticamente. Preocupado
com essa situação, o Ministério
do Meio Ambiente, em parceria com o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa, deu início em 2004, ao projeto
“Plantas do Futuro”, com o objetivo de ampliar
o conhecimento sobre as plantas nativas da
região centro-oeste, de forma a beneficiar
os pequenos produtores e o setor empresarial.
Quem quiser saber mais sobre esse projeto
e conhecer algumas espécies nativas
do cerrado, especialmente fruteiras e medicinais,
pode visitar o estande da Embrapa na Feira
Botânica do Shopping CasaPark nos dias
24 e 25 de junho.
O projeto “Plantas do Futuro”
é coordenado pela Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, uma das
40 unidades da Embrapa em Brasília,
DF, em parceria com: outras unidades da Embrapa
– Cerrados; Meio Ambiente; e Pantanal; Centro
Nacional de Plantas Ornamentais, Medicinais
e Aromáticas do Ibama; Instituto Agronômico
de Campinas – IAC; Instituto de Botânica
da Secretaria de Agricultura de São
Paulo; além das seguintes universidades:
Estaduais de Feira de Santana/BA e de Maringá/PR;
e as Federais de Mato Grosso; Mato Grosso
do Sul e do Piauí. O projeto conta
com o apoio do Banco Mundial, Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas
(PNUD), CNPq, Fundo Global para o Meio Ambiente
(GEF) e do Programa de Conservação
e Utilização Sustentável
da Diversidade Brasileira (PROBIO).
O título de plantas
do futuro se deve ao potencial das espécies
nativas da região centro-oeste para
uso sustentável pelos produtores locais
e para a indústria, que ainda é
pouco explorado em decorrência do pouco
conhecimento científico, aliado à
exploração predatória
e a expansão crescente da agricultura
na região.
Levantamento levou à
indicação de 149 espécies
O levantamento realizado
pelas instituições parceiras
na região centro-oeste levou à
indicação de 149 espécies
vegetais, divididas em cinco categorias: aromáticas,
forrageiras, fruteiras, medicinais e ornamentais.
As informações técnico-científicas
levantadas sobre cada uma delas incluem: descrição
botânica; distribuição
geográfica; tratos culturais; usos
atuais e potenciais; cadeia produtiva; avaliação
de mercado; pontos críticos e limitações.
Segundo Vieira, o objetivo
principal do projeto é fazer com que
as informações levantadas sobre
a flora da região cheguem ao alcance
dos pequenos produtores e do setor produtivo,
de forma a otimizar a sua utilização
sustentável e o aproveitamento comercial.
“O projeto Plantas do Futuro - Região
Centro-Oeste pretende incrementar o desenvolvimento
de produtos voltados para o mercado interno
e para a exportação. Espécies
fruteiras como o pequi, mangaba e araticum,
por exemplo, dentre outras utilizadas pelas
populações tradicionais, poderão
ter seu uso ampliado como alimento e até
se tornar insumos para os mais variados ramos
das indústrias como a de cosméticos,
fitoterápicos e corantes”, ressalta.
O pesquisador explica ainda
que a produção de espécies
nativas do centro-oeste pode representar uma
inovação tecnológica
para os agricultores e produtores, como alternativa
de diversificação de produtos
para o mercado. Ele enfatiza que a riqueza
da biodiversidade da região, apesar
de notória, ainda não apresenta
inserção significativa no mercado.
“Essa situação só pode
ser revertida com investimentos na geração
de tecnologias adaptadas às condições
sócio-econômicas existentes e,
por isso, as instituições se
uniram no desenvolvimento desse projeto, esperando
que com esse esforço conjunto, as novas
tecnologias geradas cheguem ao alcance do
setor produtivo”, finaliza.
A Feira Botânica do
Shopping CasaPark acontece no dia 24 de junho
(sábado), das 10 às 21 horas,
e no dia 25 de junho (domingo), das 10 às
20 horas.