19/06/2006 - Professores
indígenas, diretores, gestores, secretários
e coordenadores de escolas indígenas
de seis municípios do Alto Solimões
(AM) podem se inscrever no processo seletivo
ao curso de licenciatura específica
para professores indígenas oferecido
pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA),
campus de Tabatinga. As inscrições
podem ser feitas até o dia 24.
A UEA, com apoio financeiro
do Ministério da Educação
(MEC), abre 250 vagas no curso de licenciatura
para os três povos indígenas
que habitam os municípios de Benjamin
Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença,
Amaturá, Santo Antônio do Içá
e Tonantins. São 230 vagas para o povo
Ticuna, que tem uma população
de 36 mil pessoas no Alto Solimões,
e 20 vagas para os povos Kaixana e Kokama.
As inscrições
podem ser feitas na sede da Organização
Geral dos Professores Ticunas Bilíngües,
na aldeia Filadélfia (Benjamin Constant);
no Centro de Estudos Superiores da UEA, em
Tabatinga; na Coordenação de
Educação Indígena da
Secretaria Municipal de São Paulo de
Olivença; na Secretaria Municipal de
Educação, em Amaturá;
na Escola Estadual Pedro I, em Santo Antônio
do Içá; e Secretaria Municipal
de Educação, em Tonantins.
As provas, em 24 de junho,
constam de redação e títulos.
Para os candidatos ticunas, a redação
será em português ou no idioma
ticuna e para os povos Kaixana e Kokama, em
português. No dia da prova, a UEA vai
sortear os temas da redação,
entre estes: a educação escolar
indígena diferenciada e a legislação
educacional brasileira, a formação
específica do professor indígena,
o currículo diferenciado das escolas
indígenas, a escola e a defesa do meio
ambiente, a escola e a valorização
da cultura, a relação escola
e comunidade. A redação vale
20 pontos e os títulos dez pontos.
O resultado será
divulgado em 10 de julho e as matrículas
serão nos dias 14 e 15 de julho. O
curso terá duração de
cinco anos divididos em dez etapas presenciais
e nove intermediárias. A primeira etapa
presencial será de 16 de julho a 4
de agosto no Centro de Formação
de Professores Indígenas Ticunas-Torü
Nguepataü, na aldeia Filadélfia,
em Benjamin Constant. Como é um curso
ministrado em serviço, nas fases intermediárias,
os participantes desenvolvem pesquisas e estudos
orientados, prática pedagógica
e produção de materiais didáticos
nas aldeias onde trabalham.
Recursos – A UEA é
uma das 12 instituições públicas
de ensino superior selecionadas em 2005 para
receber recursos do Programa de Apoio à
Implantação e Desenvolvimento
de Cursos de Licenciatura para Formação
de Professores Indígenas (Prolind/MEC).
Segundo o coordenador de Educação
Escolar Indígena da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e
Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira,
a UEA deve receber este mês R$ 500 mil
para a implantação do curso
de licenciatura para professores indígenas.
Recebem apoio financeiro
do MEC para a implantação, manutenção
de cursos de licenciatura e custeio de estudantes
12 instituições públicas:
universidades federais de Roraima (UFRR),
Minas Gerais (UFMG), Amazonas (Ufam), Tocantins
(UFTO), Campina Grande, na Paraíba
(UFCG) e da Bahia (UFBA); e as estaduais de
Mato Grosso (Unemat), Londrina, Paraná
(UEL), Amazonas (UEA), Bahia (Uneb), Mato
Grosso do Sul (Uems) e do Oeste do Paraná.
Fonte: MEC