30/06/2006 - Brasília
– A Comissão da Pastoral da Terra (CPT)
considerou uma "afronta e uma ameaça
aos trabalhadores, lideranças
e defensores do movimento" a decisão
do Supremo Tribunal Federal em conceder um
habeas corpus a Regivaldo Pereira Galvão,
o "Taradão", empresário
que foi preso acusado de ser um dos mandantes
do assassinato da missionária norte-americana
Dorothy Stang.
Para o presidente do CPT,
Dom Xavier Gilles, a decisão do STF
foi "escandalosa" diante do crime
e da sensação de impunidade.
"Sempre há duas medidas, uma medida
para os pobres e uma para os ricos. Aquele
homem só não tem meios para
ter matado a irmã Dorothy, como meios
para sair do país se necessário
for", afirmou.
Em nota, a comissão
diz que a sentença será aproveitada
para a intimidação das testemunhas
de acusação. A CPT acredita
que o empresário terá agora
condições de fugir para não
ser submetido ao julgamento. O relator do
processo, ministro Cezar Peluso, concedeu
o benefício ao empresário por
considerar "a prisão preventiva
absolutamente ilegal".
A missionária foi
assassinada no dia 12 de fevereiro próximo
ao município de Anapu (PA). Ela trabalhava
há mais de 30 anos com pequenas comunidades
pelo direito à terra e a favor da exploração
sustentável da Amazônia.
Valéria Amaral
STF concede habeas
corpus a fazendeiro acusado do assassinato
de Dorothy Stang
29/06/2006 - Brasília - O Supremo Tribunal
Federal (STF) concedeu hoje (29) habeas corpus
ao fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão,
conhecido como Taradão. Ele é
acusado de ser um dos mandantes do assassinato
da freira norte-americana Dorothy Stang. O
relator Cezar Peluso e os ministros do STF
Sepúlveda Pertence e Marco Aurélio
consideraram ilegal a prisão preventiva.
Há dois meses, o
fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, conhecido
como Tato, confessou ter encomendado a morte
de Dorothy e foi condenado a 18 anos de prisão.
Os dois executores do assassinato, Rayfran
das Neves e Clodoaldo Batista, disseram que
Tato ofereceu R$ 50 mil pela morte da missionária.
Rayfran, assassino confesso, foi condenado
a 27 anos e Batista, a 18 anos.
Além de confessar
o crime, Tato apontou Regivaldo e Vitalmiro
Bastos de Moura, chmado de Bida, como os mandantes.
Segundo Tato, eles encomendaram a morte porque
Dorothy havia denunciado Bida e Taradão
por crime ambiental.
A missionária trabalhava
havia mais de 30 anos com pequenas comunidades
pelo direito à terra e a favor da exploração
sustentável da Amazônia. Ela
foi assassinada no dia 12 de fevereiro, em
uma estrada de terra, próxima ao município
de Anapu (PA).
Alessandra Bastos