26/06/2006
- Brasília – O ministro da Integração
Nacional, Pedro Brito, inaugurará às
9 horas da próxima sexta-feira (30/06),
no município cearense de Tauá,
400 km a sudoeste de Fortaleza, a primeira
de duas usinas piloto de biodielsel instaladas
pelo Departamento Nacional de Obras Contra
as Secas (Dnocs) no Nordeste – a outra, localizada
em Piquet Carneiro, também no Ceará.
Com capacidade para produzir,
anualmente, 864 mil litros de biodiesel, a
usina piloto de Tauá tem como principal
objetivo fomentar a produção
da mamoma em áreas onde ela já
se desenvolve naturalmente, segundo explicou
o diretor-geral do Dnocs, Eudoro Santana.
“Nós desejamos difundir a tecnologia
de produção do biodiesel junto
aos pequenos produtores, buscando um efeito
multiplicador na região”, acrescentou.
Para a instalação
das duas usinas piloto de produção
de biodiesel, o Dnocs celebrou convênio,
no valor de R$ 1,3 milhão, com o Instituto
Centro de Ensino Tcnológico (Centec).
Além da mamona, as usinas poderão
utilizar óleos de outros vegetais,
como o babaçu, a soja e o girassol.
A Prefeitura de Tauá e a Cooperativa
dos Irrigantes do Projeto de Irrigação
Várzea do Boi, localizado naquele município,
também apoiaram o empreendimento. Os
irrigantes aceitaram a sugestão dos
técnicos do Dnocs e plantaram sementes
de mamona em uma área de 10 hectares,
que agora será ampliada.
Para o ministro Pedro Brito,
a instalação das duas usinas
piloto de biodiesel na região dos Inhamuns
– uma das áreas de menor pluviometria
do Nordeste – indica a correta atuação
do Dnocs no sentido de contribuir para a revitalização
da cadeia produtiva da mamona e a consequente
inclusão social no semi-árido,
gerando emprego e renda.
O biodiesel é uma
das fontes de matriz energética do
futuro pelas suas qualidades não agressivas
ao meio ambiente. Dentre as culturas utilizadas
como matéria-prima, inclui-se a mamona
pela sua natural adaptação ao
solo do semi-árido nordestino. Em passado
não muito distante, a mamona era boa
fonte de renda para as famílias de
pequenos agricultores, pois sua produção
absorvia grande quantidade de mão-de-obra
em todo o seu ciclo, desde o campo até
a indústria. “Por isto mesmo, o Dnocs
elegeu o Programa Biodiesel e a Inclusão
Social no Semi-Árido Nordestino como
uma de suas prioridades”, afirmou seu diretor,
Eudoro Santana.
A atuação
do Dnocs na implementação do
biodiesel tem seis objetivos: 1) desenvolver
a cadeia produtiva da mamona em nível
tecnológico com a finalidade de permitir
retorno produtivo, social e econômico,
favorecendo, ainda, os aspectos ambientais,
sanitários e de segurança para
as famílias dos pequenos produtores;
2) implantar pequenas unidades de extração
de óleo de mamona e consolidar a tecnologia
de obtenção do biodiesel; 3)
incrementar a participação de
produtores cadastrados no Programa Bolsa Família,
visando torná-los autosustentáveis,
abrindo vagas para outras famílias
necessitadas; 4) promover a recuperação
dos solos da região pelo uso da torta
da mamona, rica em fibra e nitrogênio,
e ao mesmo tempo o incremento da oferta de
alimentos para bovinos, caprinos e aves pela
utilização da torta desintoxicada;
5) promover a capcitação de
produtores e técnicos visando o domínio
da cadeia produtiva; 6) desenvolver o associativismo,
agrupando os produtores em torno de cooperativas
para a gestão e a comercialização
da produção.