25/06/2006 - Brasília
– Até o final do ano, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) deve concluir estudo sobre espécies
e áreas da Bacia do São Francisco
a priorizar nas ações governamentais
de conservação. Uma das partes
do mapeamento diz respeito aos peixes.
Em entrevista à Agência
Brasil, o pesquisador da Universidade Federal
de Minas Gerais Alexandre Godinho, que participa
do levantamento do Ibama, disse que foram
definidas nove áreas prioritárias
para ações de conservação
dos peixes no São Francisco.
São elas: a calha
do rio e os principais tributários
(rios que deságuam nele) entre Três
Marias e a cabeceira da Represa Sobradinho;
duas sub-bacias do Rio das Velhas; o Rio Piruaçu;
as bacias dos rios de cabeceira do oeste baiano;
e a Vereda São Marcos, na divisa de
Goiás com Minas, que faz a comunicação
entre a Bacia do Paraná e a do São
Francisco.
Entre as espécies
definidas, até aqui, como alvos estão
algumas de interesse comercial, como o dourado,
o surubim, o robalo e a tainha. Há
também os chamados peixes anuais, que
têm ciclo de vida curto e vivem em lagoas
temporárias, bagres cegos que habitam
cavernas e um peixe de lençol freático,
do qual só conhece a ocorrência
num município mineiro.
Para Godinho, levantamentos
como esse são instrumentos para auxiliar
na proteção das espécies
e na restauração dos recursos
pesqueiros – e, portanto, beneficiar quem
vive deles. O estudo coordenado pelo Ibama
já listou até agora 249 espécies
animais e 83 vegetais, além de localidades,
como prioritárias para conservação.
Isabela Vieira