28.06.2006
- São Leopoldo - A prefeitura e a Câmara
de Vereadores de São Leopoldo (RS)
aprovaram, no final da semana passada, a construção
da primeira obra pública utilizando
apenas madeira certificada do País.
Será uma casa que servirá de
Centro de Informações Turísticas
do Marco Zero da Rota Romântica gaúcha.
A construção deve utilizar madeira
certificada em sua estrutura, acabamento e
mobiliário.
A iniciativa surgiu após
o município de São Leopoldo
ter assinado o termo de compromisso com o
programa Cidade Amiga da Amazônia, do
Greenpeace. O principal objetivo do programa
é incentivar prefeituras a adotarem
leis locais que evitem o consumo de madeira
criminosa nas compras e licitações
públicas. São Leopoldo aderiu
ao Cidade Amiga da Amazônia em dezembro
de 2005.
“Construir o marco zero
com madeira certificada mostra que o compromisso
de São Leopoldo com o futuro da Amazônia
está sendo colocado em prática”,
afirma Rebeca Lerer, coordenadora do programa
do Greenpeace. “Ao consumir madeira certificada,
a prefeitura está agindo para deter
o desmatamento e apoiando empresários
comprometidos com o desenvolvimento sustentável
da região amazônica. Essa obra
será um marco na luta contra a extração
ilegal de madeira”.
A certificação
florestal FSC (sigla em inglês para
Conselho de Manejo Florestal) é independente,
incorpora de maneira equilibrada interesses
de grupos sociais, ambientais e econômicos
e adota critérios aceitos internacionalmente.
O selo FSC oferece ao consumidor a melhor
garantia de que a atividade madeireira ocorre
de maneira legal e não acarreta a destruição
das florestas primárias como a Amazônia.
Ainda como parte do Cidade
Amiga da Amazônia, a prefeitura de São
Leopoldo criou um Grupo de Trabalho no executivo
municipal para elaborar a política
de compras responsáveis de madeira.
O Grupo tem a participação do
Greenpeace e da ONG local UPAN (União
Protetora do Ambiente Natural), parceira do
programa na cidade, e já realizou diversas
reuniões. O próximo passo do
GT é enviar um projeto de lei à
Câmara de Vereadores estabelecendo regras
para todas as compras de madeira da prefeitura.
Entre 60% e 80% de toda
madeira extraída da Amazônia
têm origem ilegal e mais de 64% são
consumidos pelo mercado brasileiro. Em média,
um campo de futebol é desmatado a cada
oito segundos na Amazônia.
No Rio Grande do Sul, além
de São Leopoldo e da capital Porto
Alegre, os municípios de Santa Maria,
Rio Grande e Cachoeirinha já se comprometeram
com o programa. Atualmente, o Cidade Amiga
da Amazônia está em andamento
em um total de 35 prefeituras brasileiras,
incluindo São Paulo, Salvador e Manaus,
e no governo do Estado de São Paulo.