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ANDIRÁ COLOCA EM DEBATE A PSICIULTURA DE TANQUE REDE

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Julho de 2006

05/07/2006 - Criar peixe de forma intensiva e em gaiolas de bambu é técnica milenar na China, utilizada com a mesma finalidade dos atuais tanques-rede, a de suprir a demanda do consumo que cresce, se estimulada pelo barateamento do peixe aumentaria vertiginosamente, e que não é atendida pelo fornecimento da pesca extrativa do estoque natural.
“Mas até chegar à mesa da população, o peixe produzido por este sistema tem que passar pela burocracia da legalidade ambiental e pela adequação tecnológica”, afirma o engenheiro de pesca Taciano César Freire Maranhão, coordenador de aqüicultura e pesca do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Segundo Taciano, é fácil o produtor de peixe de tanques-rede tirar o licenciamento ambiental. Passa primeiro pela busca de informações técnicas nas entidades credenciadas, ter a documentação em dia , verificar os conflitos de interesse no ambiente da criação, elaborar o projeto, encaminhar as cópias para o órgão central em Brasília e aguardar as autorizações, para finalmente dar início a atividade.

“A Instrução Normativa 101.013 em fase de regulamentação ainda em 2006 tem força de execução no Paraná pelo IAP e prevê o licenciamento ambiental simplificado, o aumento da extensão da área a ser licenciada para tanques-rede de 5 mil para 30 mil m2, a redução do valor da taxa de licenciamento para R$125,00, a classificação de 5 para 4 sistemas de produção e delibera sobre os termos de ajustes de conduta a serem implantados na produção piscícola existente”, expõe Taciano.

O que falta para deslanchar a criação de peixes em tanques-rede no Paraná é integração de todos os elos da cadeia produtiva, assegura o engenheiro de pesca Luiz Eduardo de Sá Barreto “Lula”, executor regional de aqüicultura e pesca da Emater. “Temos um potencial incrível, mas só vai dar certo com a convergência de interesses”, aponta o extensionista. Ele destaca ainda que o peixe na mesa do brasileiro é muito caro devido a baixa oferta do pescado no mercado, o habito alimentar da população para consumo é de 6 quilos/ano per capita, muito aquém dos 15 quilos/ano recomendados pela Organização Mundial da Saúde e faltam indústrias e frigoríficos de pescados para processamento regular da produção.

“A relação custo versus benefício direciona a produção para a tilápia, considerada em algumas bacias hidrográficas como espécie exótica, colocando em segundo plano a produção de espécies nativas que também são bem aceitas no consumo mas que demoram mais para chegarem no peso ideal de despesca”, argumenta Lula e posiciona que é fundamental resgatar a aptidão original das áreas alagadas para produção de alimentos com uso múltiplo, inclusive a criação de peixes em tanques-rede.

A consolidação da atividade na região de Cornélio Procópio está na organização dos produtores, atesta o engenheiro agrônomo Manuel Pessoa de Lira, gerente regional da Emater que vê esse diferencial potencializado pela atuação integrada dos elos da cadeia produtiva, onde a produção de peixe terá que ser aumentada e com regularidade de fornecimento para atender o pós-porteira.

Para o zootecnista Carlos Roberto Moreira, chefe do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura, um componente forte que é o projeto do Frigorífico de Pescado para abate e processamento de 6 mil quilos/dia, com recursos de R$ 600 mil da Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio na aquisição do terreno de 4,82 hectares localizado no Bairro Água Limpa e a construção do prédio, R$ 539 mil do Governo Federal na aquisição de máquinas e equipamentos e R$ 300 mil como contrapartida da Associação dos Piscicultores de Tanque Rede, organização encarregada de gerenciar o empreendimento.

Projetos no Paraná - No Paraná o primeiro cultivo aconteceu em 1993, na Água do Horácio, no Reservatório de Capivara, município de Sertaneja, quando Silvio Ferrarezi Ferreira, munido de licença da Cesp e cadastrado como aqüicultor no Ibama, instalou dois tanques rede de tela belinox de 5mx10 e depois ampliou para 10 unidades de 5mx5m cada, lembrou o extensionista Lula no seminário promovido pelo Governo do Paraná, através da Emater e do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura de Cornélio Procópio, com parceria da Associação dos Piscicultores do Norte do Paraná – Apinorte, Associação dos Piscicultores de Andirá e Região – Apar e Associação dos Piscicultores de Tanque Rede – APTR.

Na produção de peixe em tanques-rede para atender o Programa Repovoamento dos Estoques Pesqueiros dos Rios Paranaenses está o Projeto Recriar Peixes Nativos da Bacia do Paranapanema, do Governo do Paraná, beneficiando 120 pescadores profissionais de Alvorada do Sul. “Após esta fase de licitação para compra de equipamentos via pregão eletrônico, este projeto será instalado no Loteamento Porto Seguro 1 e entra em atividade em outubro deste ano, contemplando 4 módulos de 30 beneficiários com 480 tanques e área total de 4,2 mil m2, com estrutura de alumínio e suportes flutuantes de 2m x 2m x 1,70m dando o volume útil de 6m3 para recebimento de alevinos e despesca de juvenis das espécies pacu, curimba, piapara e piau”, destaca Lula.

A comunidade indígena da Reserva de Palmas já está na atividade produtiva, desde quando implantou em 2005 seis tanques rede para o cultivo de tilápias no verão e carpas no inverno, destinando a produção na nutrição das crianças. Este projeto foi criado para avaliar a tecnologia e superar os problemas locais de subnutrição infantil e viabilizado pela parceria da Emater, Fundação Terra, Funai, Petrobras e Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social.

O município de Carlópolis tem um projeto em fase de elaboração e formalização legal para beneficiar 20 famílias com a instalação de 80 tanques rede, visando a produção de espécies nativas destinada ao Programa Municipal de Desenvolvimento Integrado da Pesca Profissional, Aqüicultura, Turismo e Pesca Esportiva.

No Assentamento Rural Modelo Fazenda Planalto, município de Ibaiti, 28 famílias criam desde março 11 mil alevinos para engorda em 12 tanques redes, no projeto de geração de renda e consumo interno promovido pela Prefeitura Municipal, Emater e Núcleo da Seab de Jacarezinho.

No litoral paranaense o uso de tanques-rede está sendo projetado para criação de camarão (rosa) nativo, destinando seu uso como isca viva na pesca amadora e esportiva.

Em março foi lançado pelo governador Roberto Requião, juntamente com o então ministro José Fritsch da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e Jorge Samek, presidente da Itaipu Binancional, três parques aqüicolas no reservatório da Hidroelétrica Itaipu, localizados nos braços São Francisco Verdadeiro para 2,5 mil tanques-rede, São Francisco Falso para 3,2 mil e Ocoí para 2,5 mil tanques-rede.

Na produção individualizada de peixes em tanques-redes devem estar uns 100 produtores, com aproximadamente 60 projetos em andamento, afirma o engenheiro agrônomo Jefferson Osipi, presidente da Associação dos Piscicultores de Tanques Rede do Paraná, com sede em Bandeirantes e 60 associados.

Inativo desde 2002 pelo embargo de seus 70 tanques-redes em Itambaracá no reservatório de Canoas 1 da bacia do Rio Paranapanema e agora regularizado na atividade pela liberação este ano da primeira licença ambiental do Brasil fornecida pela SEMA/IAP, Osipi, garante que as perspectivados do setor melhoraram muito “graças a decisão do governo paranaense em assumir a regulamentação ambiental”.

Para ele, o importante é a sustentabilidade, a ambiental que pode ser proporcionada pelas parcerias das universidades UEL, UEM e FFALM na geração da tecnologia necessária e a comercial, “que virá com o início das operações do Frigorífico de Pescado de Cornélio Procópio”.

Produção pesqueira

A produção nacional de pescado de água doce é de 1 milhão de toneladas/ano, sendo que 74% são da pesca extrativa. Somente com o aproveitamento dos reservatórios de seis grandes hidroelétricas o volume chegaria a 10 milhões de toneladas.

O Paraná produz por ano 16,5 mil toneladas, das quais 72% são da espécie tilápia e o restante de carpas, bagres e espécies nativas, cultivadas por 22,6 mil famílias nos sistemas extensivo - desde aquelas que só colocam alevinos na água – e intensivo – com famílias chegando a produtividade elevada de 20 mil kg/hectare/ano em tanques escavados e tanque rede, destaca o médico veterinário Luiz Danilo Muhelmann, implementador estadual do Projeto Aqüicultura e Pesca da Emater.

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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