6 de Julho de 2006 - Valtemir
Rodrigues - Brasília - Equipes da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa) que trabalham
com saúde indígena estão
reunidas em Brasília para discutir
a implantação do Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena
(Sisvan). O sistema, que já está
implantado em nove dos 34 distritos sanitários
especiais indígenas existentes, define
ações para a segurança
alimentar e nutricional, com o objetivo de
garantir a saúde dos índios
brasileiros.
Segundo o presidente da
Funasa, Paulo Lustosa, o que se busca é
integrar as equipes que trabalham com saúde
indígena de modo que possam contribuir
contribuir para a implementação
do sistema e a efetiva aplicação
de ações para a área.
Lustosa disse que o que mais dificulta a realização
de um trabalho eficiente na atenção
à saúde indígena é
a falta de informações confiáveis,
quadro isso é o que se quer mudar com
o sistema.
"Esse sistema visa
acompanhar e estabelecer indicadores do estado
nutricional das crianças e mulheres
em estado fértil, para que possamos
montar políticas nutricionais, alimentares
e de suplementação que minimizem
os riscos da desnutrição e subnutrição,
geradores de uma série de morbidades",
esclareceu Lustosa.
Ele afirmou que o trabalho
de complementação de vitaminas
também será facilitado, o que
permitirá melhor distribuição
de sulfato ferroso, vitamina A e até
de cestas básicas para a população
indígena atendida pela Funasa.
De acordo com a gerente
de vigilância nutricional da Funasa,
Aline Caldas, hoje no Brasil não se
tem um diagnóstico sobre as condições
nutricionais dos índios. Ela disse
que o programa vai atuar nas aldeias levantando
os dados nutricionais em visitas domiciliares.
"Esse diagnóstico não vai
ser feito por pesquisas: vai ser feito na
prática diária dos profissionais
que lidam diariamente com a saúde indígena,
como médicos, enfermeiros e nutricionistas",
explicou.
A Funasa informou que nove
distritos sanitários especiais indígenas
(Dseis) já foram orientados sobre a
implementação do sistema nos
últimos 12 meses. As oficinas realizadas
nessas localidades permitiram que os distritos
enviassem com regularidade ao Ministério
da Saúde dados sobre o estado nutricional
dos indígenas.
Outra ação
prevista pela Funasa é a capacitação
dos profissionais de saúde de tais
distritos na área de vigilância
alimentar e nutricional. O curso, na modalidade
de ensino a distância, vai atingir profissionais
como médicos, enfermeiros e dentistas
com o objetivo de formar equipes multidisciplinares
para que o conhecimento seja aplicado imediatamente
nas aldeias.