05/07/2006-
A Superintendência de Desenvolvimento
de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
(Suderhsa) reforçou o monitoramento
da vazão dos rios durante o período
de estiagem no Paraná, em onze bacias
hidrográficas. “Este trabalho é
desenvolvido em algumas estações
desde 1930 e, agora intensificado, aponta
médias históricas de baixo volume
de água nunca vistas”, alertou o presidente
da Suderhsa, Darcy Deitos.
São 1000 estações
de monitoramento pluviométricas – que
medem a quantidade de chuva nas margens dos
rios e fluviométricas - medem quantidade
de água nos rios. O monitoramento diário
é feito por 650 observadores que fazem
as leituras de chuva e cotas de rio (altura
e nível da água) em uma área
de aproximadamente 615 quilômetros quadrados.
Outros 28 hidrometristas aferem o volume de
água em determinados pontos de um rio.
O Rio Iguaçu apresentou
a menor vazão– quantidade de água
que corre por segundo – de suas águas
dos últimos 75 anos, no trecho que
corta o município de União da
Vitória. “O rio apresentou uma vazão
média de 44 metros cúbicos por
segundo em junho e agora subiu para 82, sendo
que a vazão normal é de 466
metros cúbicos por segundo”, explicou
Darcy. Segundo ele, a situação
preocupa, pois os reservatórios das
hidrelétricas estão baixando.
O manancial de abastecimento
do Altíssimo Iguaçu, que abastece
Curitiba e sua Região Metropolitana,
é o mais crítico em relação
às conseqüências dos baixos
volumes de água dos rios. “Está
ficando abaixo de sua mínima histórica”,
acrescentou.
A região de Londrina
não apresenta problemas, pois é
abastecida pelo Rio Tibagi que já apresenta
sinais de recuperação da estiagem.
Na semana passada, o Rio Tibagi havia batido
o recorde de baixa de volume em 42 metros
cúbicos por segundo, subindo para 60
metros cúbicos no início deste
mês. A média normal de vazão
do Rio Tibagi é de 400 metros cúbicos
no ponto de monitoramento do seu afluente
Rio Jataizinho. Com a chuva dos últimos
dias, o nível do Lago Iraí também
subiu, mas ainda não foi recuperado
totalmente.
Banco de Dados - O diretor
de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio
Trevisan, informou que o Paraná conta
com uma das melhores tecnologias do Brasil
para monitoramento da vazão dos rios
e é tido como exemplo para outros Estados
brasileiros. “O banco de dados hidrológicos
do Paraná é um dos mais completos
do país porque recebe informações
há mais de 70 anos e as mantém
atualizadas diariamente”, relatou Emílio.
Ele ressaltou ainda que
estes dados auxiliam na previsão de
quando ocorrerá uma seca e quanto tempo
durará. “É uma estimativa que
auxilia na precaução e redução
no consumo de água durante períodos
de estiagem para que não haja necessidade
de suspender o abastecimento”.
Esta semana, os técnicos
da Suderhsa continuarão fortalecendo
o monitoramento para prever possíveis
racionamentos. “Pode acontecer, mas o Governo
do Paraná já está prevenido
para uma ação emergencial caso
seja necessário. O Rio Alto Iguaçu
já está sendo perfurando para
formar cavas para o abastecimento de água”,
finalizou Deitos.
BOX - População
contribui para monitoramento da vazão
dos rios
Aproximadamente 754 pessoas
que residem próximo às estações
de monitoramento da Suderhsa, em onze bacias
hidrográficas do Paraná, estão
contribuindo como colaboradores na medição
dos rios.
Agricultores, lavradores
e moradores destas regiões medem a
altura dos rios duas vezes ao dia: às
7 e às 17 horas diariamente. “A única
exigência que a Suderhsa faz é
que saibam ler e escrever”, disse Edson Nagashima,
engenheiro civil da Suderhsa.
Os principais rios de abastecimento
das Bacias Hidrográficas do Estado
possuem uma régua para medição.
O colaborador recebe uma caderneta para acompanhamento
fornecido pela Suderhsa e todo mês,
envia os dados pelo correio em envelope tipo
resposta comercial. Os resultados são
recebidos por técnicos da Suderhsa
que monitoram os rios desde 1930.
Atualmente, a Suderhsa
possui 1000 estações pluviométricas
e fluviométricas para medição.
Em cada uma delas, há um colaborador
que não possui vínculos empregatícios,
mas recebe uma gratificação
simbólica que corresponde a 1/3 do
salário mínimo.