10/07/2006
- O Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) apresentará
ao Ministério do Meio Ambiente na próxima
quinta-feira (13/07), às 17h, o Plano
Executivo de Desenvolvimento Sustentável
do Agronegócio na Amazônia Legal.
A principal meta do plano é desenvolver
ações focadas prioritariamente
nas áreas desmatadas da região,
recuperando-as ao processo produtivo e oferecendo
alternativas de emprego e renda às
comunidades dessas localidades.
Ainda em fase de conclusão,
o plano está sendo desenvolvido desde
abril deste ano pela Assessoria de Gestão
Estratégica do Mapa. A proposta esta
inserida no contexto dos outras três
propostas do governo federal: BR-163 Sustentável,
Arco do Desmatamento e Plano Amazônia
Sustentável. Todas têm o objetivo
de evitar a depredação da região
e, ao mesmo tempo, criar melhores condições
de vida para a população da
Amazônia.
“Estamos terminando os estudos
sobre os gastos e alcance do Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Agronegócio na
Amazônia Legal”, revela o coordenador
do grupo responsável pela elaboração
do trabalho, Carlos Schlottfeldt. Segundo
ele, o Mapa quer criar alternativas sustentáveis
para a região, que serão executadas
concomitantemente com as ações
de vigilância e fiscalização
das florestas previstas nas outros planos
do governo federal.
Parceria - O trabalho do
Mapa, destaca Schlottfeldt, foi elaborado
em parceria com os governos dos estados amazônicos,
superintendências federais de agricultura,
agências de desenvolvimento e Banco
da Amazônia. De acordo com ele, o plano
identificou como problema principal a evolução
do agronegócio desajustada das potencialidades,
características e limitações
regionais.
Essa situação
é originada pela infra-estrutura e
capital social limitados; baixo nível
de organização dos produtores;
políticas públicas descomprometidas
com os resultados; baixa disponibilidade local
de conhecimentos técnicos/gerenciais
e desorganização fundiária.
“A solução para esses problemas
é redirecionar o desenvolvimento do
agronegócio na Amazônia, de forma
a considerar as potencialidades e limitações
regionais”, diz Schlottfeldt.
Para resolver essas questões,
o plano propõe três programas.
O primeiro é o de capacitação,
que prevê a formação participativa
de produtores para o desenvolvimento sustentável
do agronegócio e o aperfeiçoamento
profissional para o desenvolvimento sustentável
do agronegócio. “Os produtores locais
deverão ser capacitados para a produção
sustentável e a gestão de seus
estabelecimentos, considerando as potencialidades
e prioridades identificadas para a região”,
ressalta Schlottfeldt.
A capacitação
será feita preferencialmente por intermédio
da metodologia UTD (Unidade de Teste e Demonstração).
“A idéia é implantarmos no mínimo
cem UTDs por ano até 2015. Com isso,
conseguiremos atingir diretamente 90 mil pessoas
da região. Indiretamente, esse número
chegará a 500 mil habitantes da região”,
comenta o coordenador do Plano Executivo de
Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio
na Amazônia Legal.
A metodologia UTD, explica
Schlottfeldt, permitirá fortalecer
os conceitos de sustentabilidade ambiental,
gestão de negócios, associativismo
de base e o conhecimento e respeito à
legislação ambiental e sanitária,
sem perder de vista a realidade social e econômica.
“Os produtores também deverão
ter acesso aos resultados de projetos sustentáveis
exitosos. Os eventos de capacitação
serão executadas nas comunidades locais
e os resultados divulgados amplamente.”
O segundo programa prevê
a promoção do desenvolvimento
sustentável do agronegócio.
Para tanto, o Mapa deve incentivar as seguintes
ações: agregação
de valor, comercialização, marketing
de produtos regionais, inovação
tecnológica para a produção
sustentável, fomento e apoio a sistemas
de produção sustentável,
promoção e cooperativismo e
aperfeiçoamento dos sistemas de defesa
agropecuária.
O terceiro programa
do plano é o de articulação
operacional para o desenvolvimento sustentável
do agronegócio. Por seu intermédio,
o Mapa e seus parceiros vão fazer a
articulação interinstitucional
dos sistemas operacionais e de planejamento.
O aperfeiçoamento dos sistemas de informação
para o agronegócio sustentável
e a sua valorização pública
também estão previstos nesse
programa.