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OLIVEIRA MARCA PRESENÇA EM CONSULTA PÚBLICA SOBRE CRIAÇÃO DA RESEX DO TAIM

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2006

São Luís (13/07/06) - A ilha de São Luís é formada por um conjunto de ecossistemas que compõem uma biodiversidade singular, reunindo manguezais, dunas, restingas, brejos (buritizais e juçarais) e babaçuais, que compõem um espaço relevante para a conservação da vida silvestre, além de funcionar como um berçário para a vida marinha.

Em meio a esta paisagem tão complexa, cresce a ocupação populacional na capital do Maranhão, centro de uma região metropolitana com mais de um milhão de habitantes englobando os municípios de São Luís, São José do Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. A ilha, de 1.462,4 quilômetros quadrados, possui uma zona rural formada pelas comunidades de Cajueiro, Limoeiro, Taim, Rio dos Cachorros e Porto Grande, entre outras.

As cinco comunidades citadas fazem parte da área proposta para criação de uma unidade de conservação de uso sustentável e estão mobilizadas para uma consulta pública promovida pelo Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do Ibama hoje (13) para discutir a criação da Reserva Extrativista do Taim.

O evento será realizado às 8h30min na Associação do Conjunto Jatobá e Vila Maranhão (Acojavima), situada na Rua 10 s/nº, Vila Maranhão, em São Luís (MA), e terá a presença de Paulo Oliveira, da Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental do Ibama (Disam).
A área em questão destaca-se por ser um reduto de conservação dos principais ecossistemas que ainda englobam um complexo sistema de vida dos povos tradicionais, isto é, pescadores artesanais e agroextrativistas. Seu histórico de ocupação remonta ao século XIX, com o início da ocupação no antigo povoado de Laranjal, hoje chamado Taim.

A discussão sobre a reserva vem sendo realizada pela comunidade desde 1996 e sua criação foi solicitada ao Ibama por meio de abaixo-assinado encaminhado ao órgão ambiental em agosto de 2003. Para as comunidades envolvidas nessas discussões, a Resex se apresenta como alternativa de conservação por conciliar o potencial natural às tradições sócio-culturais da região, concretizando os preceitos da sustentabilidade ambiental. No caso da área proposta, a reserva viria garantir a territorialidade, o uso sustentável dos recursos naturais e o modo de vida tradicional.

As Reservas Extrativistas são unidades de conservação que têm buscado, ao longo dos anos, uma nova maneira de construir o desenvolvimento sustentado nas comunidades extrativistas. Nesta modalidade de Unidade de Conservação (UC), prevista pela Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000, o ser humano é reconhecido como ator e gestor da conservação.

Em conjunto com técnicos do Ibama, um Plano de Manejo é definido de modo participativo, buscando promover formas de uso sustentável dos recursos naturais renováveis, aliando conservação e desenvolvimento sócio-econômico, além de valorizar a cultura e a história das populações locais.

Com a intenção de dar prosseguimento ao processo de criação da Resex, formalizado em 2003, foram realizados diagnósticos para elaboração de um laudo sócio-econômico e biológico nos povoados do Taim, Cajueiro, Porto Grande, Rio dos Cachorros e Limoeiro.

Esse documento, feito com base em vistorias técnicas realizadas em 2005 e 2006, tem como objetivo fornecer subsídios que justifiquem a criação da unidade. A equipe responsável pelo laudo procurou dar ênfase ao caráter participativo, para incentivar a construção coletiva de conhecimento e uma maior cumplicidade dos atores envolvidos.

As metas das atividades do CNPT/Ibama na área proposta foram: fazer o levantamento das condições sócio-econômicas dos moradores dos povoados; reunir e envolver a comunidade para realizar atividades participativas relacionadas à criação da Resex; realizar o diagnóstico rápido participativo sobre os recursos naturais locais e seu estado de conservação e compor o laudo sócio-econômico e biológico baseado nos levantamentos realizados em conjunto com a população local.

Do ponto de vista biológico, a área proposta abrange ecossistemas e espécies de grande relevância ecológica, tais como manguezais, restingas, babaçuais, juçarais, buritizais. Na região ocorrem espécies animais ameaçadas de extinção, como por exemplo o guará, peixe-boi marinho, gato maracajá, mero, tintureiro, cação-bicuda. Além disso, a região engloba um dos últimos remanescentes da formação vegetal pré-amazônica na Ilha de São Luís, sendo um importante refúgio para espécies típicas desta formação.

A consolidação da Reserva do Taim somada à Área de Proteção Ambiental (APA) do Maracanã (com 1.831 hectares), Parque Estadual do Bacanga (com 3.061 hectares) e ao Parque Ambiental da Alumar pode formar um mosaico de unidades de conservação, constituindo assim um importante corredor ecológico para conservação da biodiversidade local e um vasto campo de pesquisa.

A efetivação dessa Resex possibilitará uma melhoria das condições ambientais regionais, uma vez que terá por objetivo disciplinar o uso e ocupação do solo, a exploração dos recursos naturais, preservando a integridade biológica das espécies e os padrões de qualidade das águas.

Além disso, o fato de elevar a área ao status de reserva extrativista possibilitará o acesso das partes interessadas em linhas de financiamento voltadas à conservação, recuperação de áreas protegidas e desenvolvimento sustentável. Dentre os órgãos financiadores é possível citar: Banco Mundial, Fundo Nacional do Meio Ambiente e ONGs ambientalistas nacionais e internacionais.

Do ponto de vista social, a criação da Resex garante aos povoados que tradicionalmente habitam a região a territorialidade, isto é, uma maior proteção contra a especulação e a desapropriação, e a conservação dos recursos naturais indispensáveis a reprodução social e cultural destas comunidades.

Neste âmbito, é possível destacar como aspecto positivo o profundo envolvimento da comunidade nas discussões pertinentes a criação da Resex pela comunidade. Este fato evidencia-se pela realização de uma gama de ações comunitárias (plantio de mudas de mangue, formação de agentes ambientais voluntários), lideradas pela Associação de Moradores do Taim, que apóiam construtivamente a implantação da reserva.

Outro aspecto a ser ressaltado é que aproximadamente 70% da área é composta por manguezais, brejos, igarapés e zonas de influência. Isto caracteriza a maior parte da área como Área de Preservação Permanente e reforça a vocação da mesma para ser uma Unidade de Conservação, foi essa a conclusão a que chegou o laudo da equipe técnica do IBAMA.

Com a criação da reserva proposta, a Ilha de São Luís será contemplada com mais um reduto natural preservado por lei, que representará um ponto de resistência comunitária e de conservação da biodiversidade que envolve toda a área em questão, promovendo um apoio à forma de viver dos povos tradicionais, valorizando-os e possibilitando a continuidade de sua existência.
Paulo Roberto Araújo Filho

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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