13/07/2006
- O estabelecimento de parcerias entre proprietários
rurais, sociedade civil, governos, etc, para
recuperação e recomposição
de Áreas de Preservação
Permanente (APPs) em áreas urbana e
rural foi tema bastante reforçado pelos
representantes de organizações
não-governamentais que debateram nesta
quinta-feira (13) suas experiências
no seminário sobre restauração
de APPs, promovido pelo Ministério
do Meio Ambiente, em Brasília. Participaram
dos debates representantes da Apremavi (Associação
de Preservação do Meio Ambiente
do Alto Vale do Itajaí), Apromac (Associação
de Proteção ao Meio Ambiente
de Cianorte), Instituto Socioambiental (ISA),
TNC, e Instituto para Preservação
da Mata Atlântica (IPMA).
Cada uma dessas entidades
mostrou suas experiências nos biomas
Mata Atlântica e Cerrado nas regiões
Nordeste, Sul e Centro-Oeste, destacando,
principalmente, que é possível
recuperar as APPs no país trabalhando
a educação ambiental, promovendo
incentivos dos bens ambientais, incentivando
a criação de RPPNs (Reservas
Particulares do Patrimônio Natural),
além de estimular o plantio de mudas
de árvores e a restauração
de matas ciliares, entre outras ações.
O Viveiro Jardim das Florestas
é um dos exemplos apresentados pela
Apremavi, entidade que atua em propriedade
rural e municipal no estado de Santa Catarina,
trabalhando com produção de
mudas e na recuperação de áreas
degradadas, de matas ciliares e de nascentes.
A iniciativa visa a recuperação
florestal no município de Atalanta
(SC). A representante da Apremavi, Miriam
Prochnow, informou que o viveiro produz um
milhão de mudas por ano de cerca de
120 espécies diferentes de mata atlântica.
O trabalho, que começou com o plantio
de 18 mudas, é feito em parceria com
proprietários que auxiliam em projetos
ambientais para recompor matas ciliares e
encostas , disse.
O representante Instituto
Socioambiental (ISA), Rodrigo Prates, apresentou
a Campanha ´Y Ikatu Xingu, desenvolvida
na Bacia do Rio Xingu, no estado do Mato Grosso.
Ele informou que a iniciativa tem como objetivo
proteger e recuperar as nascentes e matas
ciliares da bacia. Segundo ele, a estratégia
de trabalho da campanha envolve comunidades
indígenas, organizações
não-governamentais, agricultores familiares,
grandes produtores, universidades, movimentos
sociais e governo. A intenção
é promover e difundir práticas
sociombientalmente sustentáveis e mobilizar
a sociedade para construção
de um novo modelo de desenvolvimento para
a região.
O representante da Apromac,
Eleutério Langowski, trouxe experiências
da entidade feitas em parceria com comunidade
e empresa dos projetos Corujinha, Gelita e
Duke para recuperação florestal
em APPs em área de fundo de vale urbana,
em área rural e em reservatórios
de hidrelétricas na região de
Maringá, no Paraná.
O Instituto para Preservação
da Mata Atlântica (IPMA), que atua na
regeneração florestal em área
de usinas em Alagoas, mostrou que o envolvimento
dos usineiros, da comunidade e da escola,
e a criação de RPPNs são
importantes ferramentas para preservação
e conservação dos remanescentes
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
no estado, principalmente na Zona da Mata.
Gerusa Barbosa