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de Julho de 2006 - Salvador - “A Amazônia
e a floresta do Congo são os dois ecossistemas
mais importantes do mundo, quando pensamos
no controle do aquecimento global”, afirmou
hoje a ambientalista queniana Wangari Maathai,
de 64 anos, a primeira mulher africana a receber
o Prêmio Nobel da Paz, em 2004. Ela
se destaca pela militância pacífica
para a recuperação ambiental
das florestas de seu continente e é
uma das participantes da 2ª Conferência
dos Intelectuais da África e da Diáspora
(Ciad).
Maathai contou que esteve
no Brasil, pela primeira vez, em 1992, durante
a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, no Rio de Janeiro.
"Não estive na Amazônia,
mas tenho conhecimento dos mecanismos de proteção
da floresta. Na verdade, estou sempre falando
da proteção da Amazônia
e da floresta do Congo", afirmou.
Com o objetivo de replantar
as florestas do entorno de comunidades rurais
no Quênia, ela fundou em 1977 o Movimento
Cinturão Verde (www.greenbeltmovement.org).
O grupo defende que cada pessoa deveria plantar
pelo menos 10 árvores na vida, como
forma de diminuir o impacto ecológico
causado pelo homem. E desde a fundação,
já foram plantadas mais de 30 milhões
de árvores na África.
O movimento também
dá especial atenção à
condição das mulheres africanas,
defendendo causas como o planejamento familiar,
a nutrição e a luta contra a
corrupção. O projeto já
ultrapassou as fronteiras da África
e hoje recebe financiamento de várias
organizações internacionais,
como o Banco Mundial. "As pessoas que
se sentem excluídas, excluídas
da grande sociedade, ficam com raiva, frustradas.
E muitas vezes elas podem reagir de maneira
a causar conflitos na sociedade. Essa conexão
é extremamente importante e o projeto
tenta mostrar essa ligação",
explicou.
Segundo Maathai, trata-se
também de um trabalho educacional,
que ensina a preservar os recursos naturais
de forma sustentável e dividi-los igualitariamente,
evitando o surgimento de conflitos na sociedade.
“Se você olhar o mundo hoje e olhar
para os muitos conflitos no mundo que temos
hoje, não há exceção:
estão todos baseado na falta de escrúpulos
em explorar os recursos naturais e controlar
esses recursos”, afirmou.
Atualmente, Wangari Maathai
trabalha no Ministério do Meio Ambiente
do Quênia. Ela é também
a primeira mulher de seu país a ter
obtido o título de doutora em Ciências
Biológicas, no Mount St. Scholastica
College, nos Estados Unidos.
Irene Lôbo