13/07/2006
- Especialistas de diversos estados que participam
do Seminário Nacional Restauração
de Áreas de Preservação
Permanente (APPs), em Brasília, trouxeram
suas experiências e apresentaram projetos
sobre restauração. Minas Gerais
apresentou o trabalho desenvolvido pelo Projeto
de Proteção da Mata Atlântica
(Promata-MG) que tem por objetivo promover
ações de proteção,
recuperação e uso sustentável
na região da Mata Atlântica mineira.
O Promata atua diretamente
em 15 Unidades de Conservação
e seus entornos, abrangendo uma área
total de 140 mil quilômetros quadrados
distribuídos em 429 municípios
pertencentes ao Alto Jequitinhonha, Vale do
Rio Doce, Zona da Mata, Centro-Sul e Sul do
estado. Toda essa área equivale a aproximadamente
25% do território mineiro.
A iniciativa resulta do
acordo de Cooperação Financeira
Brasil-Alemanha por meio do Banco Kreditanstalt
für Wiederaufbau (KfW), agente financiador
do Ministério de Cooperação
Internacional da Alemanha (BMZ). Ao longo
dos quatro anos de duração deste
projeto, de 2004 a 2007, o governo alemão
disponibilizará cerca de 7,7 milhões
de euros e, em contrapartida, o mesmo valor
será destinado pelo governo de Minas
Gerais o que resulta em investimentos da ordem
de R$ 50 milhões revertidos em recursos
para o Promata-MG.
As ações do
Promata-MG são focadas em cinco componentes
interdependentes e complementares. São
eles: o fortalecimento das unidades de conservação,
o monitoramento, fiscalização,
controle,
prevenção e combate a incêndios
florestais, o desenvolvimento sustentável
nos entornos das UCs e áreas de conectividade,
além da coordenação,
monitoria e avaliação.
"Hoje nós já
chegamos a dois mil hectares restaurados e
esperamos chegar a cinco mil nos quatro anos
do projeto. Hoje são 120 produtores
beneficiados ou fomentados por essa atividade.
Um outro grande benefício que se trouxe
foi a mudança na percepção
de que é preciso preservar essas áreas",
acredita Ricardo Galeno, do IEF/MG.
Já o governo do Rio
de Janeiro apresentou um projeto de recomposição
de matas ciliares e nascentes na bacia do
rio Macaé. O projeto, desenvolvido
pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF)
do Rio de Janeiro, fica num dos mais cultuados
paraísos do estado, a área serrana
da Bacia do Rio Macaé, de exuberante
Mata Atlântica, onde está localizada
a região do rio Sana.
O projeto recuperou 70 hectares
de terras, sendo 40 hectares de matas ciliares
e 30 de agroflorestas. Ele é resultado
de medida de compensação ambiental
obtida por convênio da secretaria, do
IEF e da termelétrica El Paso. O projeto
teve duração de 10 meses e custo
de R$ 1,2 milhão.
"Nós já
estamos desenvolvendo no estado do Rio de
Janeiro outros programas usando a mesma metodologia.
Acho que conseguimos consolidar uma estrutura
que é economicamente mais viável
e beneficia a comunidade", afirmou Maurício
Lobo, do IEF/RJ.
O projeto contempla também
a recuperação do horto de Santa
Maria Madalena, administrado pelo IEF, o que
possibilitou o aumento da produção
de mudas de espécies nativas, além
da realização de atividades
de educação ambiental e a mobilização
da comunidade de Sana.
Daniela Mendes