Aracaju
(11/07/06) – O Ibama realizou sexta–feira
(07) no município de Salgado, mais
uma Oficina de Capacitação para
o controle do caramujo-gigante-africano (Achatina
fulica), espécie exótica, invasora
e nociva, nativa da África, que vem
causando prejuízos às culturas
agrícolas, à saúde humana
– como potencial transmissor de doenças
parasitárias – e ao meio ambiente.
A oficina contou com a participação
do Secretário de Saúde Luciano
Ribeiro Júnior, Secretário de
Agricultura Rosivaldo A. dos Santos e do Secretário
de Obras Osvaldo Araújo de Souza da
Prefeitura Municipal de Salgado, representante
da Emdagro - órgão encarregado
pela extensão rural no estado, professores,
enfermeiras, agentes de saúde, agentes
de endemias, agentes comunitários e
servidores da limpeza urbana.
As atividades da Oficina
foram conduzidas pela responsável pelo
Núcleo de Fauna do Ibama/SE, a bióloga
Gláucia Maria Lima Bispo e pelo Coordenador
de Educação Ambiental da Administração
Estadual do Meio Ambiente – Adema, professor
e biólogo Nabucodonosor Teixeira Bonfim
que orientaram sobre os procedimentos de captura
do caramujo, sua destinação
e prevenção.
As próximas Oficinas
de Capacitação serão
realizadas no dia 21 no município de
Neópolis, e no dia 25 em Lagarto. Outras
oficinas já foram realizadas atendendo
um calendário de solicitação
das prefeituras, como aconteceu nos municípios
de Siriri, Estância Boquim e Salgado
Estas oficinas são
a implementação das decisões
tomadas por uma comissão multiinstitucional
em reunião realizada ano passado pelo
Ministério Público Federal em
Sergipe, por meio de sua articuladora, a procuradora
Gicelma Santos do Nascimento. Fazem parte
da comissão o Ministério Público
Federal e Estadual, Ibama/SE, Superintendência
Federal de Agricultura/SE, Vigilância
Sanitária Estadual, Secretaria de Estado
de Educação e Eemdagro
Segundo Gláucia Bispo,
do Ibama, as pessoas precisam ser informadas
sobre o caramujo–gigante-africano para que
providencias sejam tomadas o mais breve possível.
Ela também informou que os órgãos
federal e estadual estão trabalhando
juntos para dar suporte técnico aos
municípios para o controle e extermínio
dessa espécie no Estado.
Espécie Exótica
Invasora
O caramujo–gigante–africano
foi introduzido ilegalmente no Brasil na década
de 80, no estado do Paraná, como uma
alternativa para a criação do
escargot, iguaria muito apreciada da cozinha
francesa. A falta de controle e o abandono
do molusco, por parte de criadores, contribuíram
para a proliferação da espécie
que já atingiu 23 estados brasileiros.
Infestado em diversos países,
apenas os E.U.A conseguiu exterminar a espécie
no país, sendo desconhecido até
o momento seu predador. É um molusco
resistente ao frio e hiberna a temperaturas
baixas de 10°c na seca e ao sol intenso.
São encontrados em bordas de matas,
margens de brejos, capoeiras, hortas, pomares,
plantações, terrenos abandonados
e quintais. São herbívoros,
isto é, se alimentam de frutos, folhas
e flores e tem como hospedeiro o rato.
Marilene Silvestre