20
de Julho de 2006 - Brasília - Ações
como queimar um pneu ou um cano de PVC (daqueles
usados no encanamento residencial) liberam
substâncias no meio ambiente que podem
até causar câncer. Isso sem falar
na poluição ambiental. Há
também outras substâncias nocivas
ao meio ambiente e às pessoas, como
as presentes nos agrotóxicos e nos
produtos usados para conservação
de madeira.
Para evitar o uso desses
poluentes orgânicos (substâncias
tóxicas de alta periculosidade), há
convenções como a ocorrida em
2001 em Estocolmo, da qual o Brasil é
signatário.
Em 2004 o Senado Federal
aprovou a convenção, e o Brasil
começou a elaborar o plano de implementação
das medidas previstas no acordo. O plano deve
ser apresentado em setembro ao secretariado
da convenção e foi elaborado
por divesros ministérios, como o do
Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura.
Entre as ações
estão o levantamento detalhado de estoques
de agrotóxicos que não podem
mais ser usados e a identificação
de áreas contaminadas por substâncias
classificadas como poluentes orgânicos.
De acordo com a diretora-substituta
de Riscos Ambientais do Ministério
do Meio Ambiente, Sérgia de Souza,
o Brasil não usa mais os 12 poluentes
orgânicos classificados na convenção,
dos quais oito são agrotóxicos.
"Estamos participando de um processo
de eliminação de substâncias
que causam danos, então, é um
ganho ambiental e à saúde humana".
Para o representante no
Brasil da organização não-governamental
Rede de Ação em Praguicidas
e suas Alternativas para a América
Latina (RAP-AL), Jaime Miguel Weber, um dos
desafios para a efetiva implementação
do plano é a participação
da população no processo. "Um
problema muito grande é a informação
para a sociedade civil. A sociedade civil
não conhece bem esses poluentes e não
sabe como contribuir para a redução
da emissão na natureza”.
Segundo ele, essa contribuição
poderia se dar de diversar formas, por exemplo,
ao evitar a queima de materiais que podem
ser reciclados (como o citado PVC) e o uso
de produtos que contaminam o solo e o lençol
freático.
Hoje (20), representantes
do governo e da sociedade civil do Uruguai,
Paraguai, Argentina, Brasil e México
estão reunidos, em Brasília,
para trocar experiências e elaborar
propostas sobre as atividades desenvolvidas
por eles no cumprimento da Convenção
de Estocolmo.
Yara Aquino