(18/07/2006)
- Os problemas socioeconômicos e ambientais
da Bacia do Rio Taquari são destaques
da mais nova publicação da Embrapa
Pantanal (Corumbá- MS), unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
- Embrapa, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA).
O livro, intitulado "Impactos
Ambientais e Socioeconômicos na Bacia
do Rio Taquari - Pantanal", foi editado
pelos pesquisadores Sérgio Galdino
e Luiz Marques Vieira e pelo especialista
em Geoprocessamento Luiz Alberto Pellegrin.
A obra contém grande parte das informações
produzidas até o momento sobre os problemas
que cercam a Bacia do Rio Taquari, cujo assoreamento
é conhecido nacionalmente como um dos
mais graves desastres ecológicos já
registrados no país.
A distribuição
está sendo feita gratuitamente pela
Embrapa Pantanal a diversas autoridades, instituições
de ensino e pesquisa do país. Para
facilitar o acesso à publicação,
a instituição também
está disponibilizando a versão
eletrônica no site da Unidade (http://www.cpap.embrapa.br).
O pesquisador Sérgio
Galdino explica que a viabilização
dessa obra foi possível graças
ao apoio do Projeto de Implantação
de Práticas de Gerenciamento Integrado
de Bacia Hidrográfica para o Pantanal
e Alto Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA). O Projeto
GEF Pantanal/Alto Paraguai, também
contribuiu com um vídeo sobre a problemática
do Rio Taquari, intitulado "Taquari:
um rio em agonia" - em formato de CD-Rom
que acompanha o livro.
Os 22 capítulos do
livro contaram com a participação
de pesquisadores, professores e técnicos
da Embrapa Pantanal, Embrapa Informática
Agropecuária (Campinas-SP), Embrapa
Gado de Corte (Campo Grande-MS) e de instituições
de pesquisa e universidades, como Inpe, IPH/UFRGS,
Unesp, IRD/CNEN, USP/São Carlos, FEC/Unicamp,
Ibama e Policia Militar Ambiental de Mato
Grosso do Sul.
A Problemática do
Taquari - Com a expansão desordenada
da agropecuária, a partir da década
de 70, os processos erosivos na porção
alta da Bacia do Rio Taquari foram intensificados,
provocando o assoreamento do rio na planície
pantaneira. Em decorrência do assoreamento,
extensas áreas do Pantanal passaram
a ficar permanentemente inundadas, causando
graves impactos ambientais e socioeconômicos
na região.
Sobre o livro - "Impactos
Ambientais e Socioeconômicos na Bacia
do Rio Taquari - Pantanal" aborda diferentes
aspectos relacionados à problemática
da Bacia do Taquari. Após uma introdução
breve das características da bacia
e seus problemas, são resgatadas informações
do Plano de Conservação da Bacia
do Alto Paraguai - PCBAP, específicas
para a Bacia do Rio Taquari. Posteriormente,
são abordados temas sobre a fragilidade
natural à erosão das terras
altas da bacia, e sobre como a expansão
da agropecuária no planalto a partir
de meados da década de 70, aumentou
os processos erosivos nessas terras e conseqüentemente
a taxa de assoreamento do Rio Taquari no Pantanal.
Outra ameaça da agropecuária
para o Pantanal são os resíduos
de pesticidas. As causas da queda da produção
pesqueira, que constitui importante atividade
socioeconômica da bacia, são
amplamente discutidas nesta obra. A piscicultura
na Bacia do Alto Taquari, apesar de pouco
expressiva, pode constituir-se como uma alternativa
de redução dos impactos sobre
os estoques pesqueiros da bacia. As delimitações
das áreas, sujeitas à inundação,
e que atualmente encontram-se permanentemente
inundadas, na planície do baixo Taquari,
são fundamentais para a análise
da extensão do problema. Os impactos
do assoreamento do Rio Taquari são
avaliados quanto às alterações
na qualidade da água, às mudanças
no regime hidrológico, às alterações
florísticas e fitofisionômicas,
e em relação à sócio-economia,
com ênfase às populações
tradicionais.
Galdino ressalta que a obra
não se restringe a um amplo diagnóstico
dos problemas ambientais e socioeconômicos
da Bacia do Rio Taquari, mas também
apresenta recomendações para
minimizar estes problemas.
Essa publicação
destina-se aos gestores municipais, estaduais
e federal, instituições de pesquisa
e de ensino superior, produtores rurais da
região, ONGs, ou seja, à sociedade
em geral que está comprometida com
o desenvolvimento sustentável do Pantanal.
Renata Carla de Oliveira