19
de Julho de 2006 - Recife - Subiu para 50
o número de ataques de tubarões
no litoral de Pernambuco a banhistas e surfistas,
nos últimos 13 anos. A constatação
foi feita, ontem, com a divulgação
do laudo do Instituto de Medicina Legal (IML)
sobre os exames realizados no corpo de um
homem encontrado na semana passada, na praia
Pontas de Pedra, em Goiana, a 60 quilômetros
da capital.
O documento foi apresentado
durante reunião do Comitê Estadual
de Monitoramento de Incidentes com Tubarões
(Cemit), na sede da Secretaria Estadual de
Defesa Social. De acordo com o presidente
do comitê, professor Fábio Hazin,
o corpo permaneceu submerso por cerca de três
dias, o que dificultou a identificação
e a definição do local da ocorrência.
Ele disse que o banhista morreu em conseqüência
de hemorragia provocada por lesões
ainda em vida.
Hazin defende o lançamento
de campanhas de esclarecimento sobre os riscos
para a população local e os
turistas. "Existem placas de alerta espalhadas
pelas parais. Mesmo assim, o Corpo de Bombeiros
registra uma média de 70 iminências
de afogamento em áreas de risco do
litoral pernambucano, por mês. Isso
significa que as pessoas não estão
respeitando os limites e se arriscam não
só a ser atacadas por tubarões
como também a morrer afogadas",
disse.
Segundo Hazin, o comitê trabalha desde
janeiro de 2004, na vigilância e educação
ambiental, realizando estudos científicos
com pesca seletiva de tubarões, além
de recuperação do meio ambiente.
Ele lembrou que as ações vêm
apresentando resultados positivos já
que nos últimos 23 meses em que o Cemit
atuou foi registrada apenas uma ocorrência.
O professor afirmou
que no período de sete meses em que
os trabalhos de monitoramento foram interrompidos
houve oito ataques. Para Hazin a solução
do problema passa pela conscientização
da população, que deve evitar
tomar banho em áreas de mar aberto,
pouco povoadas e no período de maré
alta e lua cheia, quando os riscos aumentam.
Neste ano houve quatro ataques no litoral
pernambucano, que resultaram em duas mortes.
Márcia Wonghon