26/07/2006 - A CETESB - Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental e a EPA- Environmental
Protection Agency, realizaram na última
segunda-feira (24/07), das 9h às 16h,
na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente
de São Paulo, workshop com a participação
de especialistas da agência ambiental
paulista, da USP, de representantes da agência
ambiental americana e do Distrito Federal
do México, além de profissionais
da saúde e representantes do Ministério
Público, para discutir o aprimoramento
da comunicação dos dados sobre
a qualidade do ar, tornando-os mais acessíveis
e úteis para a população,
especialmente em termos de prevenção
à saúde pública. O evento
contou com o apoio do Banco Mundial.
Na abertura, o sociólogo e planejador
urbano, Volf Steinbaum, da Secretaria do Verde
e Meio Ambiente, destacou que um encontro
dessa natureza busca alternativas e ações
para a melhoria da qualidade do ar. Segundo
Steinbaum, a melhoria de qualidade do combustível,
sobretudo para veículos pesados como
caminhões e ônibus, é
vital para a saúde pública.
"Temos que buscar no menor tempo possível,
antes de 2009, um combustível com menor
teor de enxofre como está sendo adotado
nos Estados Unidos e na Europa".
Jesuíno Romano, gerente da Divisão
de Tecnologia e Avaliação da
Qualidade do Ar da CETESB, fez uma exposição
histórica sobre o monitoramento da
qualidade do ar, iniciado em 1972, na Região
Metropolitana de São Paulo, com a instalação
de 14 estações manuais, e os
avanços tecnológicos que se
sucederam desde então, com a criação
da rede automática que atualmente conta
com 32 estações.
"A análise ambiental é
feita com base nas estimativas dos poluentes
emitidos pelos veículos e indústrias
- as chamadas fontes móveis e fontes
fixas -, e pelas condições meteorológicas
de dispersão da poluição,
tendo como base os dados de concentração
de poluentes observados pela rede de monitoramento
da CETESB, responsável pela divulgação
dos níveis de poluição
atmosférica registrados nas diversas
regiões do Estado. Essas informações
servem para acompanhar e orientar as medidas
de controle ambiental que visam a melhoria
da qualidade do ar", esclareceu.
O médico Alfésio Braga, do
Laboratório Experimental da Poluição
do Ar da Universidade São Paulo - USP,
fez um resumo dos efeitos da poluição
do ar na saúde humana no que diz respeito
a doenças respiratórias e cardio-vasculares,
apontando a eficácia do PROCONVE -
Programa de Controle da Poluição
do Ar por Veículos Automotores. O programa,
que está completando 20 anos, estabelece
normas de redução de emissão
de poluentes para veículos novos, correspondendo
pela diminuição de 50% daqueles
males, ao longo dos últimos dez anos.
A seguir, a química Maria Helena Martins,
do Setor de Amostragem e Análise do
Ar da CETESB, falou sobre a operação
das redes manual e automática de monitoramento
para o acompanhamento dos níveis de
poluição atmosférica,
enfocando a necessidade de adequar qual o
tipo de monitoramento necessário para
divulgação dos índices
de qualidade do ar em tempo real. Segundo
a especialista, esse procedimento permite
que a população possa se prevenir
dos efeitos nocivos ocasionados pela poluição
do ar.
No entender do engenheiro Richard Toyota,
do setor de Telemetria da CETESB, o grande
objetivo é aprimorar as estratégias
de comunicação. "A informação
de boa qualidade não exime uma forma
de divulgação dinâmica.
Queremos ir além das universidades
e pesquisadores que utilizam nossos dados,
precisamos atingir a população,
estabelecer um perfil de utilidade pública"
disse.
Na divulgação "on-line"
da qualidade do ar, pelo site www.cetesb.sp.gov.br,
- acrescentou Richard - a classificação
dos níveis de poluição
está associada a cores, além
das correspondentes observações
sobre os possíveis efeitos à
saúde. A cor verde indica a qualidade
Boa, enquanto a amarela está associada
à qualidade Regular; a laranja, à
Inadequada; a vermelha, à Má;
e a violeta, à Péssima. Além
disso, a CETESB continuará informando,
via internet, as condições de
qualidade do ar registradas pela sua rede
de monitoramento automático, de hora
em hora, por poluente e por estação,
além da emissão e divulgação
diária, do Boletim de Qualidade do
Ar", concluiu o especialista.
A meteorologista Clarice Aico Muramoto, do
Setor de Meteorologia da agência ambiental
paulista, falou sobre a implementação
na CETESB, de modelos de previsão meteorológica,
os quais permitem que a população
seja informada previamente, sobre os índices
da qualidade do ar com 24 horas de antecedência.
No período da tarde, Rafael Ramos,
diretor da rede de Monitoramento do Ar do
Distrito Federal do México, fez uma
apresentação do sistema de divulgação
dos índices de qualidade do ar, lembrando
que o México, em 1992, foi o primeiro
país do mundo a divulgar tais índices,
de hora em hora. Adiantou ainda que o sistema
vem aprimorando um modelo de previsão
de qualidade do ar para a zona metropolitana
da cidade do México.
Susan Lyon Stone, representante da EPA -
Environmental Protection Agency, informou
que as agências estaduais americanas
que monitoram a qualidade do ar, enviam seus
dados, em tempo real, para um sistema centralizado.
"É a partir dele que os dados
e a previsão de qualidade do ar são
divulgados para todos os veículos de
comunicação; e, via internet,
na página www.airnow.gov. Nesta, é
possível encontrar a divulgação
de índices de qualidade do ar de vários
países, incluindo os do Estado de São
Paulo"(link com o site da CETESB). Lyon
acrescentou que a agência desenvolve
material de divulgação e de
educação ambiental, dirigido
a todos os níveis de escolaridade,
abrangendo ainda os setores de saúde,
área médica, imprensa e meteorologia.
O evento contou com a participação
de profissionais da Prefeitura Municipal de
São Paulo - PMSP; Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente- FEEMA;
Serviço Municipal de Saneamento Ambiental
de Santo André - SEMASA /PMSA; Centro
de Apoio Operacional do Ministério
Público - CAO; Secretaria Municipal
do Verde e do Meio Ambiente - SVMA; Medicina
Preventiva da Universidade São Paulo
- USP; Centro de Pesquisas da Petrobras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ;
Universidade Católica de Santos - UNISANTOS;
Prefeitura Municipal de Vitória; e
Secretaria do Meio Ambiente de Vitória
- SEMMAM.
Wanda Carrilho
Fotografia: Pedro Calado