25/07/2006
- O ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, Luis Carlos Guedes Pinto,
propôs aos ministros que compõem
o Conselho Agropecuário do Sul (CAS)
a elaboração de uma legislação
regional sobre rastreabilidade na importação
e exportação de agrotóxicos.
A medida, que foi apresentada
durante a VIII reunião de ministros
de Agricultura do CAS, em Santa Cruz de La
Sierra, na Bolívia, visa o controle
desses produtos, desde a sua fabricação,
comercialização, até
o seu uso pelos agricultores, o que dará
maior segurança aos consumidores. Com
isso, haverá maior vigilância
sobre os resíduos de agrotóxicos
em vegetais, permitindo ainda uma ação
maior para impedir o contrabando de produtos
de baixa qualidade que muitas vezes podem
nem ter registro no Brasil.
O Comitê de Sanidade
Vegetal do Cone Sul (COSAVE) ficou encarregado
de elaborar a norma. O ministro Guedes Pinto
sugeriu também que fossem feitos convites
à Venezuela, Colômbia, Equador
e Peru para integrar o CAS. O ingresso desses
países, na opinião de Guedes,
é essencial para acelerar o processo
de integração política
e econômica do continente.
Em documento apresentado
aos ministros, o presidente da Federação
das Associações Rurais do Mercosul
(FARM), Fernando Mattos, disse que é
preciso acelerar a cooperação
entre os diversos países do bloco.
Ele pediu que os integrantes do CAS passem
a atuar em conjunto, como base para a atuação
junto aos demais blocos econômicos.
Foi discutida também
a importância de ser montado um programa
regional na América do Sul de combate
à febre aftosa, sobretudo nas regiões
fronteiriças. Para comandar o programa,
os empresários recomendam a criação
de um organismo supranacional. O documento
da FARM, embora ressalte que a situação
sanitária nos países integrantes
do CAS esteja momentaneamente controlada,
chama a atenção para a existência
de “um endemismo regional contínuo”
que requer medidas bastante fortes que ainda
não foram tomadas.
O documento também
pede a eliminação das restrições
“sanitárias e burocráticas”
ao intercâmbio de material genético
entre os vários países. Os ministros
agradeceram a direção da FAO
pela promessa de financiar projetos de cooperação
com o CAS nas áreas de política
agrícola e sanidade agropecuária.
O sub-diretor geral da FAO
para a América Latina, José
Grazziano, informou que a organização
está realizando no Brasil, Argentina
e Paraguai um estudo sobre os impactos da
expansão do cultivo de soja na região.