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de Julho de 2006 - Rio de Janeiro - Entendimentos
entre a Comissão Nacional de Energia
Nuclear (Cnen) e a empresa Indústrias
Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao órgão,
definirão a retomada das operações
da mina de urânio de Caetité,
na Bahia. A avaliação é
do ministro da Ciência e Tecnologia,
Sergio Rezende, depois de o presidente da
Cnen, Odair Dias Gonçalves, ter informado
que no prazo médio de um mês
ela deverá voltar a funcionar.
A mina opera desde março
com autorização provisória,
devido a irregularidades na área de
segurança, apontadas pelo grupo de
trabalho de Segurança Nuclear da Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara. O complexo de Caetité
é uma das principais minas de exploração
de urânio do país.
O presidente da Cnen negou
que o Brasil estivesse importando urânio
devido à operação parcial
da mina. “Nós estamos fazendo um empréstimo
só enquanto resolvemos algumas questões
que estavam faltando para a obtenção
de licença. Isso vai ser resolvido
rapidamente”, afirmou Gonçalves.
Ele explicou que essas questões
se referem a diversos estudos, entre os quais
aqueles sobre circuitos de águas, necessários
sempre que se faz uma revisão das condições
operacionais da empresa. E afirmou que não
há uma correlação direta
entre o funcionamento da mina e a fábrica
de urânio enriquecido da INB, localizada
no município fluminense de Resende:
“Elas não são vinculadas necessariamente
porque o urânio vem da INB, vai para
o exterior para ser transformado em gás
e para enriquecimento na Europa, e depois
volta para a fábrica”.
Inaugurada em maio deste
ano, a primeira unidade de enriquecimento
de urânio da INB vai produzir combustível
para as usinas de Angra 1 e 2. Segundo o ministro
Sergio Rezende, "a usina sinaliza a retomada
do projeto nuclear brasileiro".
Alana Gandra