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de Julho de 2006 - Brasília - A elaboração
de um plano de manejo da Reserva Extrativista
(Resex) do Rio Cajari, no Amapá, é
a principal reivindicação da
Associação dos Produtores Agroextrativistas
do Médio e Baixo Cajari.
Para o presidente da entidade,
Calixto Pinto de Sousa, o projeto Resex, implementado
há dez anos pelo Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), trouxe avanços importantes
para a melhoria das condições
de vida dos moradores da reserva nas áreas
de saúde, moradia e educação.
Segundo ele, a garantia
do desenvolvimento sustentável da reserva
passa pela implementação do
plano, que deve ser feito pelo Ibama. Calixto
afirma que, com a definição
de regras mais claras, a população
local poderá desenvolver atividades
extrativistas com base em conhecimentos técnicos
e não apenas práticos.
“Você tem que ter
um limite para o manejo dos recursos e estamos
preocupados com isso porque temos compromisso
com a conservação de recursos
naturais e a preservação do
meio ambiente. Temos consciência de
que não é só a nossa
geração que precisa sobreviver,
as gerações que virão
também vão precisar de recursos”.
Ele diz cerca de 1,6 mil
famílias vivem hoje na reserva. A principal
atividade é a agricultura de subsistência,
mas, segundo ele, muitos moradores estão
conseguindo aumentar a renda vendendo o excedente
da produção de mandioca, açaí,
castanha, dentre outros produtos cultivados.
O diretor de Desenvolvimento
Socioambiental do Ibama, Paulo Oliveira, afirma
que nenhuma das 48 reservas extrativistas
existentes no país tem um plano de
manejo. Segundo ele, em 2005 foi concluído
o roteiro metodológico para a elaboração
desses planos, que está sendo testado
na reserva extrativista Chico Mendes, no Acre.
A expectativa é que até o final
deste ano estejam em elaboração
15 planos de manejo.
Outro passo importante,
no entendimento de Oliveira, é a criação
dos conselhos deliberativos das reservas extrativistas,
formados por representantes da comunidade
e de órgãos ambientais. Até
agora, apenas 15 reservas possuem esses conselhos,
mas a previsão é chegar ao final
de 2006 com 40 em funcionamento. “São
duas demandas essenciais, que são os
instrumentos de gestão, e nós
estamos indo atrás disso”.
Juliana Andrade