Ação
conjunta retira invasores de terra indígena
04 de agosto - Teve início
nesta quarta-feira (02) a Operação
Kayapó, organizada em conjunto pela
Funai, pela Polícia Federal, pelo Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis) e por lideranças
da aldeia Kikretum para expulsar invasores
da Terra Indígena Kayapó. A
área invadida está localizada
no sudeste do Pará, em meio à
floresta amazônica, a 180 quilômetros
da cidade de Ourolândia do Norte. Na
região já foram identificados
14 pontos de desmatamento.
No primeiro dia da operação
foram abordadas seis pessoas que estavam ilegalmente
dentro da área, em dois acampamentos
distintos. Elas portavam uma moto-serra, um
revólver calibre 38 e duas espingardas,
que foram apreendidas. Eram trabalhadores
a mando de grileiros e posseiros, e foram
encontrados em condições de
exploração de mão-de-obra
semi-escrava. A equipe colheu depoimentos
e depois os invasores foram liberados e retirados
da área. O objetivo das investigações
é encontrar os mandantes e organizadores
da invasão.
A área invadida pode
se estender por algumas dezenas de quilômetros
dentro da mata, razão pela qual a operação
deve durar ainda mais alguns dias para a completa
extrusão dos invasores. Segundo técnicos
da Funai, presente no local, o objetivo das
invasões é a derrubada da mata
para a formação de pasto, com
grilagem e posse ilegal da terra. Para assegurar
que a área não volte a ser invadida,
pode ser construído um posto de fiscalização,
que serra operado em conjunto pela Funai e
pelos próprios índios.
T.I. Kayapó
A Terra Indígena Kayapó tem
3,284 milhões de hectares, uma população
de aproximadamente quatro mil índios,
e foi homologada em 1991, envolvendo os municípios
de Bannach, Cumaru do Norte, Ourilândia
do Norte e São Félix do Xingu,
no estado do Pará.
Presidente da Funai inaugura casas
para comunidade Guarani
04 de agosto - O presidente
da Funai, Mércio Pereira Gomes, participou
na última quinta-feira (03 da entrega
de 30 habitações às comunidades
indígenas Guarani Kaiwá e Guarani
Nhadeva, da aldeia Rancho Jacaré, localizada
no Município de Kaguna Carapã,
Mato Grosso do Sul.
As casas fazem parte do
Programa Identidade Étnica e Patrimônio
Cultural dos Povos Indígenas, da Diretoria
de Assistência da Funai, e serviram
como projeto experimental para outras três
comunidades indígenas (Kaingang, Karajá
e Pataxó), que serão beneficiadas
em 2007. No caso da aldeia Rancho Jacaré,
a segunda etapa do projeto prevê mais
30 casas até o final deste ano.
“As condições
precárias em que as pessoas moravam
ficaram para trás. Aqui se pode criar
os filhos, netos, receber os parentes e ter
início de fato a tão sonhada
vida digna”, disse o administrador regional
da Funai em Amambaí, Gildo Martins
Kaiwá.
O trabalho integrado entre
a comunidade e os técnicos da Funai,
iniciado no ano passado, foi fundamental para
dar impulso às obras. O interesse e
o empenho dos índios motivou a capacitação
para a confecção de tijolos
ecológicos, fabricados a base de terra
e cimento. Essa alternativa também
será aplicada a outras casas nas demais
aldeias Guarani Kaiwá e Nhadeva em
Mato Grosso do Sul.
“Esse é apenas um
passo, mas um passo que pode dar um novo rumo
para a qualidade de vida das comunidades Guarani
Kaiwá e Nhadeva e de muitas outras”,
afirmou Mércio Gomes.
A ação Construção
de Moradia para a Comunidade Indígena
visa também incentivar outras propostas
de órgãos federais e estaduais
para investimento de recursos em habitações
indígenas. No Mato Grosso do Sul, por
exemplo, o Ministério das Cidades aplica
recursos na construção de 900
unidades habitacionais para a comunidade Guarani
Kaiwá, projeto acompanhado pela Funai.
Em Minas Gerais, a projeção
é de 1.200 novas casas.
Cerimônia
instala Comissão de Desenvolvimento
Sustentável das Comunidades Tradicionais
02 de agosto - Representantes
de 15 ministérios e de organizações
indígenas iniciam hoje (02/08) as primeiras
discussões para a elaboração
do texto do Plano de Trabalho da Comissão
Nacional de Desenvolvimento Sustentável
dos Povos e Comunidades Tradicionais.
A cerimônia de instalação
da Comissão será realizada no
auditório do Ministério da Cultura,
a partir das 9h30. Amanhã (03/08) representantes
do governo e de organizações
indígenas darão continuidade
às discussões e, à tarde,
votarão as propostas para o Plano de
Trabalho.
De acordo com o decreto
do Presidente da República, publicado
no dia 13 de julho no Diário Oficial,
compete à Comissão propor ações
necessárias para a articulação,
execução e consolidação
de políticas relevantes para o desenvolvimento
sustentável das comunidades tradicionais.