01/08/2006 - Com apoio do Programa Pantanal
do Ministério do Meio Ambiente, um
grupo de 30 produtores rurais de nove municípios
da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari,
no Mato Grosso do Sul, realiza quinta e sexta-feira
(3 e 4) uma visita ao estado do Mato Grosso
para conhecer os trabalhos de recuperação
de solo e de identificação dos
passivos ambientais em algumas áreas
da bacia do Rio São Lourenço.
As atividades no local estão sendo
desenvolvidas pelo governo mato-grossense,
pela ong TNC (The Natury Conservancy) e Federação
de Agricultores do Mato Grosso (Famato). A
visita do grupo ao MT tem como objetivo buscar
alternativas para recuperação
da Bacia do Alto Taquari, um dos principais
afluentes do Pantanal. A iniciativa conta
com as parcerias do governo do Mato Grosso
do Sul, Ministério Público,
sindicatos de produtores rurais do Mato Grosso
do Sul, Federação dos Agricultores
do Mato Grosso do Sul (Famasul), MMA/Ibama.
Com 787 quilômetros de extensão,
o Rio Taquari, ao longo de 30 anos, vem sofrendo
agressões que resultaram em desastre
ecológico. A origem do problema está
concentrada mais na parte alta do rio, de
onde grande quantidade de sedimentos provenientes
do uso inadequado do solo para atividades
da pecuária é levada para parte
baixa da bacia, causando danos ambientais,
como, por exemplo, o assoreamento do rio.
Segundo o coordenador do Programa Pantanal
do MMA, Paulo Guilherme, a idéia é
realizar um trabalho inovador junto aos proprietários
rurais em busca de alternativas para recuperação
desse dano, em vez de só autuá-lo.
"A simples autuação do
proprietário não leva à
recuperação do dano ambiental",
afirma Paulo Guilherme, ressaltando, entretanto,
que o trabalho de fiscalização
está sendo feito fortemente. "Além
da fiscalização, estamos utilizando
outros procedimentos, por meio da educação
ambiental, do convencimento e esclarecimento
para, de forma compartilhada, buscar alternativa
para os problemas ambientais na região",
esclarece.
Os trabalhos para recuperar os danos ambientais
no Taquari envolvem parcerias entre MMA/Programa
Pantanal, Ibama, governo dos estados do Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, proprietários
rurais, entre outras, e são resultados
da articulação do Grupo de Trabalho
instituído pelo Ministério do
Meio Ambiente com objetivo de elaborar propostas
para recuperação do Taquari.
Atualmente, os trabalhos buscam mapear, com
imagens georreferenciadas, todas as propriedades
no entorno do Alto Taquari. A iniciativa visa
identificar o nível de degradação
na bacia hidrográfica para definir
alternativas conjuntas. Um convênio
assinado em junho entre o Ministério
do Meio Ambiente e a Fundação
Educacional de Apoio à Pesquisa de
São Gabriel do Oeste vai permitir o
plantio de mudas de espécies nativas
para revegetar todas as áreas de preservação
permanente (APPs) e a reserva legal da bacia
do Alto Taquari. O Viveiro de Mudas de São
Gabriel do Oeste (MS), construído com
recursos do Programa Nacional do Meio Ambiente
(PNMA), irá produzir uma variedade
de plantas nativas da região, como
cedro, jequitibá, jatobá, angico,
entre outras.
Gerusa Barbosa