11/08/2006
- Na próxima segunda-feira (14), pesquisadores
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa), vinculado ao Ministério da
Ciência e Tecnologia, proporcionarão
a estudantes da rede pública de Manaus
uma viagem pelo universo dos bagres migradores
da Amazônia. É que o projeto
PIRADA, desenvolvido no Laboratório
Temático de Biologia Molecular (LTBM)
do Instituto, retomará suas atividades
de popularização da ciência.
O PIRADA tem como objetivo
principal estudar a genética molecular
dos grandes bagres da região: piramutaba
(Brachyplatystoma vaillantii), piraíba
(duas espécies: B. filamentosum e B.
capapretum) e dourada (B. Rousseauxii). Uma
pequena parte do nome de cada espécie
originou o título do projeto PIRADA.
“Os bagres são muito
cobiçados no mercado pesqueiro. Com
certeza, essas três espécies
já se encontram em sobre-pesca, o que
significa dizer que o número de peixes
disponíveis é menor do que a
demanda de interesse comercial despertada
por eles. Portanto, é preciso avaliá-los,
geneticamente, em diversas localidades, já
que eles são peixes migradores”, informa
Kyara Formiga, uma das participantes do projeto.
Além de pesquisar
a genética das três espécies
específicas, o PIRADA também
busca conscientizar a sociedade sobre a importância
da conservação dos recursos
naturais da região amazônica,
nesse caso, principalmente os peixes. Pensando
nisso, a equipe do projeto considera fundamental
que estejam envolvidos nesse processo de educação
ambiental pessoas que lidam com a pesca (pescadores
profissionais, ribeirinhos) e a comunidade
educacional (professores e estudantes de ensino
fundamental e médio).
“Esta atividade surgiu em
função da necessidade dos integrantes
do projeto de contribuir não somente
gerando subsídios para tomada de decisões
e implementação de estratégias
de manejo e conservação, mas
também como resposta ao grande investimento
da sociedade para a produção
da pesquisa científica”, afirma Kyara
Formiga.
Para as visitas escolares
foi montada uma programação
didática especial, casando aprendizado
com diversão. Inicialmente, será
feita uma palestra introdutória e em
seguida será demonstrada uma extração
caseira do DNA dos peixes. A consolidação
das informações passadas acontecerá,
de fato, a partir da aplicação
do jogo PIRADADOS. Ele tem como objetivo divulgar
os resultados obtidos com a pesquisa envolvendo
os bagres, mostrando como as três espécies
se comportam na natureza.
O jogo aborda conhecimentos
na área de genética, ecologia
e artes da pesca amazônica. A competição
gira em torno de perguntas e respostas, da
qual só sairá um ou uma equipe
vencedora. Para este ano, já estão
confirmadas visitas a 14 escolas municipais.
Grace Soares - Assessoria de Comunicação
do INPA