“Mudanças
do Clima, Mudanças de Vidas” revela,
com depoimentos de pessoas das comunidades
afetadas e análises de cientistas,
como o aquecimento global já provoca
vítimas, doenças e prejuízos
econômicos em todo o Brasil
São Paulo, 23 de
agosto de 2006 – A imagem das Cataratas do
Iguaçu com quedas minguadas ou completamente
secas ainda está fresca na memória
dos brasileiros. A diminuição
no volume de água, que chegou a um
décimo do normal em julho, foi provocada
por uma das piores estiagens dos últimos
anos no Paraná. No ano passado, a Amazônia,
que detém 20% da água doce do
planeta, se transformou em uma espécie
de sertão, em uma das secas mais severas
que já assolaram a região.
Ainda em 2005, um tornado
devastou o município de Muitos Capões
(RS), no mesmo dia em que o furacão
Katrina arrasou Nova Orleans, nos Estados
Unidos. No final de março de 2004,
o furacão Catarina, o primeiro registrado
no Atlântico Sul, matou 11 pessoas e
causou destruição em dezenas
de municípios da região Sul.
Apenas em Santa Catarina danificou mais de
32 mil casas, com prejuízos de mais
de R$ 1 bilhão. Depoimentos dos pesquisadores
Carlos Nobre (Inpe) e Francisco Aquino (UFRGS)
revelam que essas são evidências
claras de que o mundo e várias regiões
do Brasil são vulneráveis aos
impactos das mudanças climáticas
provocadas pelo aquecimento global.
O documentário e
o relatório “Mudanças do Clima,
Mudanças de Vidas”, do Greenpeace,
apresentam testemunhos de vítimas do
aquecimento global na Amazônia, no Nordeste,
no Sul e na zona litorânea brasileira.
São pessoas que viram suas casas destruídas
por causa de ventos ou inundações,
perderam suas lavouras e seus animais por
causa de secas fora do normal ou foram afetadas
por catástrofes climáticas antes
desconhecidas pelos brasileiros. O relatório
e o documentário mostram ainda as relações
entre a destruição da maior
floresta tropical do mundo, a Amazônia,
e o aquecimento global, e como o desmatamento
e as queimadas fazem do Brasil o quarto maior
emissor de gás carbônico do planeta.
“O Brasil precisa assumir
sua responsabilidade como grande emissor de
gases de efeito estufa. O governo deve combater
o desmatamento de maneira implacável,
promover as energias limpas e os programas
de economia de energia. Os brasileiros têm
todo o direito de saber onde somos mais vulneráveis
aos efeitos devastadores do aquecimento global
e como vamos reduzir nossa contribuição
a este problema. Não temos tempo a
perder nesta luta pela nossa sobrevivência”,
afirma Carlos Rittl, coordenador da campanha
de clima do Greenpeace.
O relatório e o documentário
mostram também o que os governos, as
indústrias e os cidadãos podem
fazer, com mudanças nos padrões
de produção e de consumo, para
evitar que o cenário de mudanças
climáticas, que já é
grave, se torne irreversível e catastrófico
para toda a vida do planeta nos próximos
anos.
EVENTOS PÚBLICOS
Além do relatório
e do vídeo, a nova campanha de mudanças
climáticas do Greenpeace conta com
eventos de mobilização pública:
a exposição fotográfica
e a instalação sensorial “Mudanças
do Clima, Mudanças de Vidas” percorrerão
dez cidades brasileiras. A exposição
possui 28 painéis com fotos e textos
explicativos sobre como o aquecimento global
já afeta a vida de milhares de brasileiros.
Os visitantes também poderão
conhecer um túnel para visualizar e
sentir os efeitos das mudanças climáticas.
Ao final da visita, as pessoas receberão
uma cartilha com dicas do que podem fazer
para ajudar a restaurar o equilíbrio
climático do nosso planeta.