Embrapa
e Petrobrás avaliam projetos para produzir
biodiesel
(25/08/2006) - A Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) já tem uma proposta com ações
imediatas e medidas de curto, médio
e longo prazos para agilizar a inserção
de matérias-primas renováveis
(óleos vegetais) na produção
de diesel nas refinarias da estatal. Os principais
pontos da contribuição da Empresa,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), para
o Programa de Agroenergia e principalmente
para garantir o abastecimento de três
plantas da Petrobrás em fase de instalação,
serão apresentados na próxima
segunda-feira, dia 28 de agosto, na sua sede
em Brasília das 14 às 17h:30min.
Um dos temas que exige ação
imediata refere-se à produção
de sementes básicas de mamona das cultivares
Paraguaçu e Nordestina, criadas pela
Embrapa e adaptadas ao semi-árido brasileiro.
Com isso será possível abastecer
as usinas onde a Petrobrás está
desenvolvendo projetos de transesterificação
de biodiesel, localizadas em Quixadá
(Ceará), Candeias (Bahia) e Montes
Claros (Minas Gerais). Quando instaladas,
cada uma das plantas terá capacidade
de processar 50 mil toneladas de óleo
vegetal. A urgência em definir esse
ponto se deve à necessidade de aumentar
a oferta da oleaginosa, pois para abastecer
as três plantas a pesquisa terá
que disponibilizar mais semente dessas duas
variedades, ou o suficiente para o plantio
de uma área de 300 mil hectares. Atualmente
as 50 toneladas de sementes servem para o
cultivo em 150 mil hectares.
“Precisamos estabelecer
um programa de produção de semente
básica com a Embrapa Transferência
de Tecnologia (Brasília-DF), utilizando
as estruturas que temos na região Nordeste”,
explica o chefe da secretaria de Gestão
e Estratégia (SGE), Evandro Chartuni
Mantovani. Ele observa que para o funcionamento
das plantas citadas é preciso óleo
vegetal e/ou gordura animal e que, nesse caso,
a Petrobrás adiantou que tem interesse
em realizar contratos para aquisição
de óleo.
Nas ações
de curto prazo (para realização
em um ano) está a capacitação
em produção de mamona. A iniciativa
da Embrapa seria dirigida a lideranças
técnicas e gerenciais das cooperativas,
associações de produtores de
bagas e empresas ou grupos produtores de sementes
certificadas. Para os próximos dois
anos Mantovani enumera a identificação
de nichos produtivos de espécies autóctones
– como a oiticica, babaçu e macaúba.
A idéia é fazer um projeto para
o zoneamento destas espécies em uma
área com aproximadamente 300 quilômetros
das plantas em construção. Nesse
ponto estariam envolvidas três Unidades
de pesquisa da Empresa, além da Embrapa
Agroenergia.
Mas o desenvolvimento de
novas cultivares de mamona, com pesquisas
das unidades Embrapa Algodão (Campina
Grande-PB) e Meio Norte (Teresina-PI) e também
da implementação de um programa
de domesticação de espécies
potenciais e seus sistemas de cultivo na região
(como pinhão manso, macaúba,
oiticica) listam as medidas a longo prazo
(3 a 5 anos). Além disso, também
se incluem pesquisa em métodos de desintoxicação
da Ricina e novas alternativas para o uso
da Glicerina.
Segundo Evandro Mantovani,
com esta proposta básica é possível
a Embrapa e a Petrobrás partirem para
o fechamento de uma parceria com programas
delineados pelas Unidades de pesquisa envolvidas
com o tema agroenergia.
Deva Rodrigues
Livro aborda impactos
dos sistemas agrícolas no meio ambiente
(25/08/2006) - Com a necessidade
de aumentar os rendimentos agrícolas
para atender a crescente demanda por alimentos,
a preservação dos recursos naturais
muitas vezes tem sido relegada a segundo plano.
Hoje, as conseqüências negativas
destas praticas são a degradação
do solo e o incremento das emissões
de gases do efeito estufa para a atmosfera.
O desenvolvimento de tecnologias
que contribuam para uma agricultura sustentável
e a divulgação de conhecimentos
que possibilitem a mitigação
do efeito estufa, levaram pesquisadores da
Embrapa Agrobiologia, Embrapa Trigo, Embrapa
Cerrados, Embrapa Soja e Universidade Federal
de Santa Maria a publicar o livro “MANEJO
DE SISTEMAS AGRÍCOLAS-Impacto no Sequestro
de C e nas Emissões de Gases do Efeito
Estufa”.
Direcionada a pesquisadores,
técnicos e estudantes, a publicação
é uma coletânea de experiências
e resultados de pesquisa obtidos na avaliação
de diversos sistemas agrícolas (plantio
direto, rotação de culturas,
sistemas de pastagens, etc) ao longo dos últimos
dez anos.
O livro está sendo
vendido pela Sociedade de Pesquisa Johanna
Döbereiner, ao preço de R$20,00
(vinte reais) + R$6,00 (seis reais) referentes
a despesas com correio. Para adquiri-lo, este
valor deve ser depositado na conta da Sociedade
de Pesquisa Johanna Döbereiner (CNPJ:
05.739.716/0001-29) - C/C: 21.411-6, Agência:
0729-3, do Banco do Brasil, enviando o comprovante
do depósito, nome, cpf e endereço
completos do comprador para o e-mail sociedade_dobereiner@yahoo.com.br,
com cópia para livro_ciclagem@yahoo.com.br.
Estas informações também
podem ser enviadas pelo fax (21) 2682-1230,
aos cuidados de Bob Boddey.
Ana Lucia Ferreira
Lei de biodiversidade
do Amapá será discutida em workshop
(21/08/2006) - O Núcleo
Regional do Amapá, do Programa de Pesquisa
em Biodiversidade (PPBio), vai realizar um
workshop sobre a lei de biodiversidade do
Estado, na cidade de Macapá (AP), em
outubro deste ano. O evento reunirá
pesquisadores e técnicos da Embrapa
Amapá, do Instituto de Pesquisas Científicas
e Tecnológicas do Amapá (Iepa),
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), do Instituto
de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap)
e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG),
sediado em Belém (PA).
O PPBio foi criado em 2004
pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia, para que o Brasil possua uma agenda
de pesquisa em biodiversidade e, assim, crie
condições favoráveis
ao desenvolvimento de novos bioprodutos e
bioprocesso voltados à conservação
e uso sustentável da sua biodiversidade.
Na Amazônia a intenção
é ampliar a base de conhecimento sobre
a biodiversidade da região, articulando
pesquisadores de diversas instituições
que atuam nesta área do conhecimento.
A partir de um modelo de
gestão descentralizado, o PPBio é
executado pelo Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (INPA), em Manaus (AM),
e pelo Museu Paraense Emílio Goeldi,
na capital paraense. Os núcleo regionais
estão sediados no Amapá e em
Roraima, como forma de aproveitar o potencial
científico instalado no interior da
Amazônia e capacitar as populações
regionais e povos tradicionais desses locais.
“O PPBio representa uma oportunidade ímpar
para promover o conhecimento da biodiversidade
brasileira, apresentando como vantagem da
possibilidade de efetuar comparações
entre diversas áreas geográficas”,
afirmou o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento
da Embrapa Amapá, Ricardo Adaime.
Durante uma reunião
no auditório da Embrapa Amapá,
foi apresentada a proposta do projeto de topografia
para implementar a grade de 5 km x 5 km do
PPBio na Floresta Nacional (Flona) do Amapá.
De acordo com a coordenadora do núcleo
regional do Amapá, Rosângela
Sarquis, está sendo organizada uma
equipe de abertura de trilhas e mapeamento
topográfico com a participação
do Ibama, Iepa, Incra, MPEG, Embrapa Amapá
e Rurap.
No encontro, os pesquisadores
e técnicos que atuam nos protocolos
de dados básicos e inventários
biológicos do núcleo regional
do Amapá foram informados sobre o cronograma
das atividades deste núcleo e sobre
as cartas georeferenciadas da Flona, para
visualização da localização
da grade do PPBio. “Está agendada uma
videoconferência para o dia 31 deste
mês, envolvendo Iepa, MPEG, Embrapa
Amapá, Embrapa Amazônia Oriental
(Belém), Unifap e UFMA e provavelmente
na primeira quinzena de setembro, teremos
uma nova reunião na Embrapa Amapá”,
anunciou Rosângela Sarquis.
De acordo com o Ministério
da Ciência e Tecnologia, o Programa
de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) é
desenvolvido em consonância com os princípios
da Convenção sobre Diversidade
Biológica, com as diretrizes da Política
Nacional de Biodiversidade e com as prioridades
apontadas pela Conferência Nacional
de Ciência e Tecnologia de 2002. A elaboração
do PPBio contou com a participação
de quase 40 cientistas e gestores públicos
das áreas de ciência, tecnologia
e meio ambiente, vinculados a ongs e entidades
e órgãos do governo federal.
Dulcivânia Freitas