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POVO KALAPALO CELEBRA CERIMÔNIA DO KUARUP

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2006

22 de agosto - A agitação em torno das malocas anuncia que algo importante está para acontecer. A madeira recém cortada espera ao lado da Casa dos Homens o momento em que servirá de tocha aos visitantes. Os adornos de variadas cores e desenhos já enfeitam as cinturas e as cabeças dos guerreiros e mulheres que protagonizarão a festa. É assim, entre as demais atividades, que a comunidade Kalapalo se prepara para um grande momento: a celebração do Kuarup.

Ritual fúnebre que reúne todas as aldeias do Alto Xingu, o Kuarup é a expressão mais forte da identidade comum dos povos xinguanos. Tradicionalmente, é realizado apenas para pessoas ilustres, seja por um critério de linhagem hereditária, seja por liderança política ou econômica. A realização de um Kuarup representa uma honraria, o reconhecimento de que o homenageado passa a ser situado no mesmo nível daqueles que conviveram com Mavutsinim, um ser divino responsável pela criação dos primeiros seres humanos, a partir de troncos com mesmo nome da festa.

Os preparativos para o Kuarup dos Kalapalo começaram aproximadamente 10 dias antes da festa, marcada para os dias 19 e 20 de agosto. Neste período, as mulheres se encarregaram de ralar a farinha de mandioca para o beiju, assar os peixes e finalizar os adornos que cobrirão os troncos. Esses troncos, que representam o Kuarup, são escolhidos na mata pelos homens.

Preparados os troncos, eles são colocados em frente à Casa dos Homens e cobertos com os adornos que o morto usava em vida, em meio a uma entoada de choros de seus parentes. O choro prossegue por todo o dia e continua noite adentro.

A movimentação em torno da cerimônia na aldeia Kalapalo foi acompanhada por dezenas de caraíbas (brancos) curiosos com cada detalhe e movimento novo. Três equipes de televisão (BBC, de Londres, TV Cultura e TV Chilena) documentaram o passo a passo da cerimônia. Para o jornalista Washington Novaes, responsável pela produção do documentário televisivo - Xingu, “A Terra Mágica”, em 1984, “muita coisa mudou de duas décadas para cá. A fascinação com os nossos costumes e a vontade de aprender coisas novas que excedem ao universo indígena refletem uma mudança cultural que tende a crescer cada vez mais”. Com isso, a proposta da equipe de Novaes agora é fazer uma releitura do cotidiano dessas comunidades e a interferência da cultura não-indígena durante esse período.

Entre os convidados também estavam representantes da Funai - entre eles o presidente Mércio Pereira Gomes, o diretor de Assistência, Slowacki de Assis, o coordenador-geral de Meio Ambiente e Patrimônio Indígena, Izanoel Sodré, o indigenista Fernando Schiavini e o administrador regional de Belém, Moacyr Cordeiro de Mello - além de representantes da Petrobrás.

No sábado, os primeiros convidados indígenas começaram a chegar e montar seus acampamentos ao redor da aldeia anfitriã. Ao anoitecer, uma fogueira foi acesa em frente aos troncos. Os homens de cada uma das aldeias visitantes dançaram e cantaram. A noite foi reservada aos cânticos de lamentação e choro das mulheres.

A tristeza cessou apenas ao amanhecer, momento em que os convidados chegaram ao pátio central da aldeia para participar do torneio de huka-huka, uma luta tradicional xinguana. As disputas começaram entre os anfitriões e guerreiros das sete aldeias convidadas: Yawalapiti, Kuikuro, Kamayurá, Waurá, Aweti, Nafukuwá e Matipu. Entre os lutadores, atletas trazidos pela BBC experimentam um pouco da sensação de incorporar a vida de um guerreiro xinguano. Mas a luta para eles não teve saldo tão positivo. Um a um, os quatros convidados foram derrotados pelos indígenas, confirmando que a cultura vale muito mais que apenas a força. As lutas terminaram e a poeira baixou. A tradição permanece mantida entre os povos do Xingu.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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