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ARACRUZ DIZ BUSCAR “SOLUÇÃO ESTÁVEL” SOBRE TERRITÓRIO INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2006

28 de Agosto de 2006 - 21h58 - Daniel Merli - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Aracruz Celulose divulgou nota hoje (28) afirmando que não se surpreende com parecer da Fundação Nacional do Índio (Funai) que acusa a empresa de ocupar indevidamente 11 mil hectares de uma terra dos povos Tupiniquim e Guarani.

Na nota, a Aracruz afirma que “está empenhada em buscar uma solução estável no relacionamento com as comunidades indígenas”, mas que “tenha como premissa a segurança jurídica”.

A região em disputa fica no município de Aracruz, norte capixaba. A empresa alega ter comprado o terreno na década de 60. No entanto, a Funai não reconhece os documentos porque, já na época, a área estava identificada como território indígena. O parecer da Funai ainda tem de ser enviado ao Ministério da Justiça, que decide se a área será ou não demarcada.

Na nota, Aracruz diz confiar em “uma decisão favorável” do Ministério da Justiça, já que sua contestação “contém elementos suficientes para, na visão da empresa, demonstrar que não ocupa e nunca ocupou terras indígenas, que nunca expulsou índios de suas terras, e que adquiriu suas terras de forma legal”.

A empresa diz ter formado um grupo de pesquisa que fez levantamento sobre a área. “Existem registros históricos de que os índios Tupiniquins e Guaranis não habitavam aquelas terras nem em tempos imemoriais, já que ocupavam o norte do Espírito Santo, a partir do rio Cricaré, hoje rio São Mateus, distante 140 km da área reivindicada”, diz a nota. “Na época do início da compra de terras pela Aracruz (1967), os remanescentes dos índios na região já se achavam totalmente integrados, não mais habitando em aldeias”.

Aracruz informa que se manifesta sobre parecer da Funai depois de conhecer documento

28 de Agosto de 2006 - Juliana Andrade - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A empresa Aracruz Celulose vai se manifestar sobre o parecer da Procuradoria-Geral da Fundação Nacional do Índio (Funai) referente à propriedade de 11 mil hectares de terras situadas no município de Aracruz (ES) depois que tiver acesso ao conteúdo do documento. O parecer, que precisa ser aprovado pelo presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, reafirma que a área pertence aos povos indígenas Tupiniquim e Guarani e não à empresa.

O parecer teve de ser elaborado porque a Aracruz contestou a demarcação de terras. Na contestação enviada à Funai em 19 de junho, a empresa afirma que é proprietária das terras reivindicadas pelos índios e que não há vestígios de aldeias tradicionais na região.

De acordo com a empresa, os índios tupiniquins ocupavam o norte do Espírito Santo, distante 140 quilômetros da área reivindicada. A contestação também afirma a Aracruz começou a comprar terras no Espírito Santo em meados da década de 60 e que essas aquisições foram feitas diretamente dos seus legítimos proprietários, “de acordo com documentação comprobatória da cadeia fundiária”.

“A Aracruz, desta forma, adquiriu suas terras com total legitimidade e jamais tomou ou utilizou indevidamente terras indígenas ou de qualquer outra comunidade”, destaca o pronunciamento divulgado pela empresa em 20 de junho, um dia após a entrega da contestação à Funai. Segundo a empresa, a Funai só iniciou processo de identificação de índios no Espírito Santo em 1975, cerca de dez anos após a Aracruz começar a comprar terras na região.

Segundo a assessoria de imprensa da Aracruz, a conclusão se baseia em pesquisa feita por um grupo de 15 profissionais, entre eles um historiador, um antropólogo, um geógrafo e um cartógrafo. O trabalho durou oito meses. O grupo fez pesquisas em arquivos públicos, bibliotecas, jornais e cartórios, entrevistou antigos moradores da região e fez um levantamento dos registros de imóveis de terrenos comprados pela Aracruz desde 1967. O trabalho também incluiu pesquisa sobre a história das comunidades indígenas do Espírito Santo desde o século 16.

Tupiniquins permanecem presos no interior do Espírito Santo

31 de Agosto de 2006 - Monique Maia - Da Agência Brasil - Brasília - Dezoito índios tupiniquins continuam presos no município de Aracruz (ES), mesmo após o pedido de habeas corpus do procurador federal da Fundação Nacional do Índio (Funai) do Rio de Janeiro, Antonio Cavaliere. De acordo com o procurador, o processo foi encaminhado para a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, mas até o momento está parado.

“Normalmente, esses processos passam a frente de outros por envolver direitos de liberdade. Mas, não tenho informação de quando isso vai ser julgado espero que até o fim dessa semana tenha alguma noticia”, disse Cavaliere. No pedido, o procurador alegou que a questão envolve terras e direitos indígenas e a Constituição Federal determina que esses assuntos sejam julgados pela Justiça Federal.

O clima ainda é tenso na região, segundo Cavaliere. Na última segunda-feira (28), os tupiniquins bloquearam uma rodovia estadual (ES-010) exigindo informações sobre a situação dos índios presos.

A região onde os índios foram presos está em disputa. São 11 mil hectares de terra que a Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhece como área originalmente pertencente a 2 mil indígenas tupiniquins e guaranis. Mas a maior empresa de celulose do mundo, Aracruz, comprou a área do governo capixaba na década de 60 e alega que os documentos lhe dão direito à terra.

Tupiniquins estão presos há 20 dias sob alegação de “furto de eucalipto”

28 de Agosto de 2006 - Juliana Andrade - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Vinte e três pessoas estão presas há 20 dias sob acusação de furtar eucalipto das fazendas da empresa Aracruz Celulose. Os dezessete índios tupiniquins e seis não-índios estão detidos desde o dia 9 de agosto na Delegacia de Polícia do município de Aracruz (ES).

A delegada Andréa Gimenes afirma que eles foram detidos em flagrante sob a acusação de que furtar eucalipto numa área em disputa entre a empresa Aracruz Celulose e os indígenas. As lideranças indígenas da região questionam a versão da polícia e da empresa. Segundo o presidente da Associação Indígena Tupiniquim Guarani, cacique Vilmar de Oliveira, os índios não estavam retirando madeira do local. De acordo ele, os tupiniquins caíram numa "armação". Segundo o cacique, quatro policiais militares abordaram o grupo, numa estrada que fica entre a terra indígena e a área reivindicada. "Eles induziram o pessoal a ir numa reunião dentro de uma área que pertence à empresa Aracruz Celulose e lá fizeram a apreensão do pessoal", conta Oliveira.

O cacique defendeu que os índios respondam ao inquérito em liberdade. A Fundação Nacional do Índio (Funai) aguarda a decisão da Justiça do Espírito Santo sobre o assunto. Na semana passada, o procurador-federal da Funai no Rio de Janeiro, Antonio Cavaliere Gomes, entrou com pedido liminar de hábeas corpus ao Tribunal de Justiça do estado, para que os índios possam deixar a prisão. Vilmar de Oliveira também criticou as condições em que os índios estão presos na delegacia. Para ele, o principal problema é a superlotação, uma vez que os todos os indígenas os não índios ocupam a mesma cela.

A delegada Andréa Gimenes reconhece o problema, pois a capacidade para cada cela é de seis presos. Atualmente, a delegacia abriga 109 pessoas, enquanto a capacidade total é de 36. Mas, segundo a delegada, neste caso específico, os índios foram colocados numa única cela para evitar que eles tivessem contato com presos que cometeram crimes como homicídios. "Não é o melhor, mas é o menos pior", avalia.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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