Nota
conjunta: Polícia Federal e Ministério
do Meio Ambiente
30/08/2006 - A Polícia
Federal, com a colaboração do
Ibama/RJ, desencadeou na manhã desta
quarta-feira (30), a operação
Euterpe, destinada a desarticular uma quadrilha
formada por empresários e servidores
do Ibama, que fraudava a fiscalização
do instituto, no Rio de Janeiro. As investigações
tiveram início em julho de 2005, após
denúncias de um servidor do Ibama,
que mencionou preliminarmente a ocorrência
de irregularidades na Reserva Biológica
do Tinguá, em Nova Iguaçu/RJ.
Os trabalhos foram conduzidos pelo delegado
da Polícia Federal, Alexandre Saraiva,
que presidiu o Inquérito Policial 589/2006,
da Delegacia da Polícia Federal em
Nova Iguaçu/RJ.
A quadrilha atuava de diversas
maneiras, sobre diferentes setores da iniciativa
privada. Os servidores públicos federais
envolvidos, responsáveis pela fiscalização
do IBAMA, extorquiam empresários do
ramo imobiliário, comercial e industrial,
e vendiam pareceres técnicos favoráveis
a seus respectivos empreendimentos, quase
sempre localizados em áreas de proteção
ambiental. Outra vertente da atuação
da quadrilha era o recebimento de propina
relacionada à pesca da sardinha, realizada
no período do defeso - época
de procriação da espécie.
Estão sendo cumpridos
32 mandados de prisão temporária
e 36 mandados de busca e apreensão,
expedidos pela Justiça Federal de São
João de Meriti. Entre os presos encontram-se
25 servidores públicos federais. Duzentos
policiais federais das Superintendências
do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais participam da operação,
além de servidores do IBAMA. Os presos
responderão pelos crimes de formação
de quadrilha, corrupção passiva,
corrupção ativa, violação
de sigilo funcional, concussão e crimes
ambientais. Eles ficarão à disposição
da Justiça Federal na custódia
da Polinter.
A operação
Euterpe é a décima segunda de
uma bem sucedida seqüência de ações
repressivas realizadas em parceria pela Polícia
Federal e o Ibama, contra quadrilhas que atuam
de maneira organizada na área do meio
ambiente. Ela já é considerada
a mais expressiva operação fora
da Amazônia Legal, e se desenvolveu
na esteira de outras ações da
mesma natureza, como a operação
Curupira I e II, operação Ouro
Verde, operação Trinca-Ferro,
operação Novo Empate e operação
Isaías. A ação consolida
a atividade de repressão aos crimes
ambientais como uma das mais importantes atribuições
do Departamento de Polícia Federal.
A operação
Euterpe contou com a presença da própria
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e
do presidente do Ibama, Marcus Barros,que
estiveram no Rio de Janeiro em reunião
com policias federais que executaram os trabalhos,
na madrugada que antecedeu à sua realização.
O diretor-executivo da Polícia Federal,
Zulmar Pimentel dos Santos, e o superintendente
regional da Polícia Federal no Rio
de Janeiro, Delci Carlos Teixeira, supervisionaram
os últimos detalhes para a deflagração
da Operação Euterpe.