Pirassununga
(05/09/06) - O Centro de Pesquisa e Gestão
de Recursos Pesqueiros Continentais-Cepta
com sede em Pirassununga-SP, realizará
uma expedição científica
no rio Araguaia, no período de 08 a
21 de setembro de 2006 em parceria com o Ibama/GO,
visando cumprir metas de projetos em execução
naquela bacia hidrográfica. Na oportunidade
será dada seqüência aos
“estudos de migração da piraíba
no ecossistema dos rios Tocantins/Araguaia”
e o “efeito da captura com anzol na sobrevivência
dos peixes”. Nesse sentido, a Superintendência
do Ibama no Goiás oferecerá
o apoio e a colaboração dos
servidores do Escritório Regional em
São Miguel do Araguaia e da Área
de Proteção Ambiental Meandros
do Araguaia.
Durante a expedição
exemplares juvenis e adultos de piraíba
serão capturados no Araguaia para os
estudos de migração, que após
biometria (determinação de comprimento
total e peso) serão marcados e soltos
novamente no rio. Serão utilizadas
marcas tipo LEA modificada (um pequeno tubo
plástico transparente contendo mensagem
sobre o trabalho) que será transfixada
na musculatura dorsal dos peixes, num local
bem visível para caso venham a ser
recapturados, possam logo ser identificados
e as informações requeridas
encaminhadas ao Cepta/Ibama.
Dos mesmos exemplares serão
colhidas pequenas amostras de sangue para
serem usadas na caracterização
genética da espécie por meio
das técnicas de genética molecular.
Os dados das recapturas de piraíbas
permitirão conhecer a distribuição
espacial da espécie na bacia hidrográfica
Tocantins/Araguaia, bem como seus padrões
de migração. Um quantitativo
previsto de dez exemplares de piraíbas
será transportado para o Cepta visando
atender estudos de reprodução
em cativeiro.
Simultaneamente, trabalhos
sobre captura, marcação e soltura
de peixes serão realizados em lagos
da região a fim de avaliar a sobrevivência
quando submetidos aos procedimentos do pesque-e-solte.
Este trabalho já vem sendo realizado
pelo Cepta nas suas instalações
há quatro anos, em viveiros escavados
em terra, utilizando as principais espécies
de peixes com aptidão para a pesca
esportiva brasileira. Os resultados propiciaram
a publicação de artigos científicos
no Boletim Técnico do Cepta, resultando
no livro “Pesque e solte, procedimentos práticos
e informações gerais”. Assim,
a expansão do trabalho para a bacia
do rio Araguaia visa a busca do conhecimento
sobre os procedimentos do pesque e solte em
ambientes naturais. Igualmente, serão
utilizadas marcas tipo LEA modificadas pelo
Cepta, contendo no interior material luminescente,
a fim de facilitar a visualização
noturna.
A espécie escolhida
para a obtenção de dados de
sobrevivência em ambientes abertos,
deve inicialmente ser esportiva, territorialista
e conviver com outros predadores. O tucunaré
foi escolhido como a espécie teste
por preencher os requisitos para ser aplicada
a metodologia, a ser testada. Pelo fato de
apresentar um comportamento territorialista,
facilita a observação das marcas,
que apresentam uma luminescência quando
contrastada com a luz. A marca modificada
tipo Lea foi escolhida por apresentar a melhor
visualização minimizando os
possíveis danos causados aos peixes.
Em ambos os trabalhos, tanto
nos locais de captura das piraíbas
quanto dos tucunarés, serão
realizados trabalhos de limnologia, com análises
físicas, químicas e biológicas
da água, a fim de se caracterizar o
ambiente de ocorrência das espécies
em estudo. Laerte Alves
Centro de pesquisa
do Ibama realiza estudo de peixes no Rio Araguaia
Goiânia (01/09/06)
- O Centro de Pesquisa e Gestão de
Recursos Pesqueiros Continentais (Cepta),
com sede em Pirassununga, São Paulo,
contará com a parceria e apoio do Ibama/GO
para cumprir as metas propostas para este
ano dos Projetos de Pesquisa na Bacia Hidrográfica
do Rio Araguaia, a serem executados de 8 a
21 de setembro.
Com os projetos se dará
seqüência aos “Estudos de migração
da Piraíba no ecossistema dos rios
Tocantins/Araguaia” e o “Efeito da captura
com anzol na saúde e sobrevivência
dos peixes”, por meio de coleta e marcação
de material biológico (peixes, parasitas
e água). Para isto, o Ibama/GO oferecerá
o apoio e a colaboração dos
servidores do Escritório Regional do
Ibama em São Miguel do Araguaia e da
APA Meandros do Araguaia”. A equipe, vinda
de Pirassununga, chegará a São
Miguel do Araguaia no dia 8 de setembro com
destino à fazenda Montaria, onde será
instalado acampamento até o dia 21
de setembro.
Durante o desenrolar dos
trabalhos, os exemplares capturados para realização
de marcação serão também
utilizados para coleta de material, visando
à caracterização genética
da espécie. O adequado conhecimento
destas questões é importante
para a exploração racional dos
peixes comerciais, e para o fornecimento de
informações necessárias
para achar as ameaças advindas de uma
super exploração ou mesmo de
outras ações antrópicas.
Os dados de captura serão
tabulados, para posterior análise da
distribuição espacial da espécie
na bacia hidrográfica Tocantins/Araguaia,
possibilitando também o conhecimento
da estrutura da população, através
das classes de comprimento, freqüência
de captura de peixes marcados e possíveis
locais de reprodução e alimentação
da espécie.
Campanhas de divulgação,
com a utilização de cartazes
e mídia também serão
realizadas junto às comunidades pesqueiras,
associações de pescadores, instituições
de fiscalização e demais segmentos
envolvidos, para que seja maximizado o retorno
das informações sobre Piraíbas
marcadas ou sem marcas capturadas por pescadores,
constatando o local de capturas, número
da marca, data, peso e comprimento do exemplar.
Considerando a importância
de obter ao menos duas amostras de cada uma
das lagoas onde houve coleta de água
para melhor caracterizar o ambiente, a jornada
de coleta do período 2006 deverá
se concentrar somente nas lagoas já
amostradas, com prioridade para os pontos
onde houve apenas uma coleta até o
presente momento e para aqueles que não
acarretem dificuldades adicionais de locomoção
(pontos excessivamente distantes, tal como
a lagoa 2, localizada a jusante de Luis Alves).
Apenas um novo ponto - localizado no rio Cristalino
- deverá ser incluído na jornada
2006, haja vista a forte influência
que esse sistema exerce sobre a planície
de inundação na região
em estudo.
Dado o prazo de cinco dias
exclusivamente dedicados às atividades
de campo, planeja-se uma média de duas
lagoas amostradas diariamente, além
de uma coleta nos rios Araguaia e Cristalino.
O cronograma provisório de trabalho
é o seguinte: 1º dia: rio Araguaia
(três pontos em transecto) e lagoa da
Montaria (três pontos); 2º dia:
lagoas da Ferradura I, II e III e lagoa da
Confusão; 3º dia: rio Cristalino,
lagoa 1 e Lagão da Faz. Cajaíba;
4º dia: lagoa das Éguas e Lagoa
da Agropema; 5º dia: reservado para atividades
relacionadas com o projeto Piraíba.
Sugere-se coletas de água
ao longo do curso do Rio Araguaia. A outra
espécie escolhida é o Tucunaré
por apresentar as características que
mais combinam com a metodologia a ser aplicada.
É um animal territorialista, agressivo
no artefato de pesca (isca artificial e natural)
e encontra-se em um ambiente aberto de lagoa.
Tais fatos facilitam a observação
das marcas, que apresenta uma luminescência
quando contrastada com a luz.
Esta parte dos trabalhos
visa observar o tucunaré no âmbito
natural de lagoa após captura com anzol
e avaliar a metodologia de estudo aplicada
em ambiente aberto com a marcação
de peixes utilizando a marca Lea fosforescente.
A região a ser desenvolvido o trabalho
é uma lagoa marginal do Rio Araguaia,
município de Luís Alves, em
Goiás. Esta lagoa apresenta comunicação
com o rio quando no período de cheia,
permanecendo por mais de seis meses isolada
no período de seca.
O período escolhido
para o experimento, será setembro,
quando a lagoa apresenta o seu nível
mais baixo, fator importante para o desenvolvimento
do trabalho, diante das variáveis a
serem determinadas. Logo após todos
os procedimentos o peixe será solto,
no mesmo local de captura, e anotações
de peso e comprimento serão feitas
em fichas individuais. O local de captura
e soltura será identificado para o
retorno durante as noites seguintes para verificação
dos peixes. A pescaria terá uma duração
de 10 dias corridos, com a captura efetuada
durante o dia e as observações
à noite.
Ao finalizar a programação
da viagem ao Araguaia, os técnicos
do Cepta, coordenados por Laerte Batista de
Oliveira, pretendem transportar seis exemplares
vivos de Piraíbas para o Cepta, em
Pirassununga, com o objetivo de observar o
comportamento desses peixes em ambiente confinado,
visando a formação de um plantel
de reprodutores e matrizes. Para o transporte
dos peixes haverá todas as condições
técnicas e físicas para que
não haja nenhuma intercorrência.
Mirza Dimiciano Nóbrega