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CNPT/IBAMA DISCUTE PLANO DE USO DA RESERVA EXTRATIVISTA DE CURURUPU COM MORADORES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2006

São Luís (01/09/06) - O Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável do Ibama (CNPT) realizou, entre os dias 14 e 20 de agosto, no município de Cururupu, um seminário para discutir o Plano de Uso da Reserva Extrativista Marinha localizada naquela região. O seminário foi realizado em uma escola na ilha de São Lucas, e contou com a presença da coordenadora do CNPT Kátia Barros e dos analistas ambientais Alexandre Brito, Beatriz Margem e Edson Santos. O evento teve ainda a participação da prefeitura local, da Secretaria Especial de Pesca, da Agenda 21 e do Sindicato dos Pescadores.

A Reserva Extrativista de Cururupu foi criada em 2004. Segundo Alexandre Brito, é interessante observar o grau de organização das comunidades que, antes mesmo da criação daquela Unidade de Conservação, naturalmente já tinham um código de ética e de conduta interno, citando o caso de São Lucas, em que os moradores definiram uma multa para pequenos delitos. “Eles foram forçados a se organizar, até pela dificuldade de morar em uma ilha, que muitas vezes torna difícil o acesso do poder público instituído. A criação da Reserva melhorou esse aspecto, pois abriu as portas da região para outras entidades trabalharem, garantindo recursos de bancos, a questão da comunicação e da energia elétrica, por exemplo”, citou Brito.

O Plano de Uso da Reserva Extrativista é o primeiro passo em direção ao Plano de Manejo, que é uma espécie de código de conduta que norteará como serão usados os recursos naturais, as áreas a serem protegidas, e as atividades que não podem ser realizadas em determinadas regiões. Trata-se de uma discussão longa, que deve ser participativa.

O CNPT destaca que todas as comunidades envolvidas estavam representadas, lotando o espaço destinado ao seminário e interessadas em dar sua contribuição. Elas já tinham recebido um documento para orientar a discussão, realizando também reuniões prévias para decidir o que seria trazido para o seminário. Entre as temáticas escolhidas estavam os recursos pesqueiros e o uso da vegetação e das áreas a serem destinadas à proteção de pássaros, como guarás e maçaricos.

Outro ponto debatido foi o uso do solo, com questões como o direito de posse, debatendo-se a manutenção do que vinha tradicionalmente sendo feito, uma vez que aquelas terras agora são da União que os moradores têm direito de uso. Assim, entrou-se em aspectos como construção de cercas nos terrenos, distribuição da área entre as famílias e responsabilidades dos moradores. Para o futuro, já estão definidos outros temas, como caça, fauna, turismo e seus possíveis impactos.

A equipe responsável pelo seminário considera que o seu objetivo não era definir agora quais serão as diretrizes e as propostas de utilização dos recursos, e sim iniciar um processo de discussão. Nesse sentido a avaliação foi positiva, pois foi formulado um pré-documento que será agora analisado pelo CNPT, e que, após sistematizado, retornará para as comunidades, incentivando outros encontros. Um calendário para próximos eventos também foi estabelecido. Até o fim se setembro serão realizadas assembléias comunitárias, sendo que no dia 25 do mesmo mês haverá um curso de agentes ambientais voluntários. Já para os dias 26 e 28 de outubro estão agendadas assembléias de aprovação do Plano de Uso.

Para garantir a efetividade de todo esse processo, foi realizada no dia 18 de agosto a assembléia de criação de um Conselho Deliberativo para a Reserva Extrativista de Cururupu, com nomes indicados por cada comunidade. Essa é uma etapa importante para determinar como o mesmo vai funcionar, estabelecendo-se seu regimento interno assim que a portaria que cria o Conselho for publicada. É por meio dessa instância que se aprova ou não o Plano de Uso.

“As realizações ficaram acima das expectativas, pois não é fácil discutir utilização de recursos, devido a todo um processo histórico e às divergências locais. Cada ilha tem sua realidade, e é preciso começar a pensar a Reserva em conjunto. Agora, as características de cada ilha e seus costumes serão preservadas, desde que assim o queiram. As propostas de uso são tiradas pela comunidade e o papel do Ibama é orientar se o que vem sendo feito está dentro da lei ou não. O Plano é isso, um acordo entre as comunidades entre si, e entre elas e o Ibama, para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais”, afirma Brito.
Paulo Roberto Araujo Filho e Fabio Sousa

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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