01/09/2006
- O evento, que vai até o dia 7 de
setembro, percorrerá o rio Ribeira
de Iguape desde a região de suas nascentes
até sua foz e é parte da campanha
contra a construção de usinas
hidrelétricas na região.
Começa amanhã
no Alto Vale do Ribeira uma expedição
contra a construção da hidrelétrica
de Tijuco Alto, na divisa entre São
Paulo e Paraná, e pela conclusão
das obras do Valo Grande, em Iguape (SP).
A expedição é parte da
Campanha Contra Barragens no rio Ribeira de
Iguape. A campanha está sendo levada
adiante por diversas organizações
e movimentos sociais, atuantes no Vale do
Ribeira, tanto no estado de São Paulo
como no do Paraná, que não querem
ver o rico patrimônio socioambiental
da região destruído com a construção
das barragens.
A usina de Tijuco Alto,
proposta pela Companhia Brasileira de Alumínio
(CBA), empresa do Grupo Votorantin, seria
instalada na divisa dos estados de São
Paulo e Paraná. No Vale do Ribeira,
sobrevivem comunidades quilombolas, caiçaras,
índios Guarani e pescadores tradicionais.
Lá está a maior área
contínua de remanescentes de Mata Atlântica
do País, com formações
florestais, restingas, manguezais e um dos
maiores complexos de cavernas do Brasil. Parte
da região é considerada Patrimônio
Natural da Humanidade pela Unesco.
A viagem-protesto começa
em Cerro Azul, no Paraná, passa pelas
regiões ameaçadas, encontra
comunidades de quilombolas, margeia alguns
dos mais ricos remanescentes de Mata Atlântica,
suas ilustres cavernas e segue até
Iguape (SP), onde está a foz do rio.
Junto com o Grito dos Excluídos,
promovido pela Igreja Católica, representantes
do Movimento dos Ameaçados por Barragens
(MOAB), e de ONGs e associações
que atuam na região, farão uma
passeata da Praça da Basílica
de Iguape até o Valo Grande, outro
símbolo da luta pela proteção
do Ribeira.
O Valo Grande é um
canal artificial construído em 1848
com o objetivo de encurtar caminho ligando
o Rio Ribeira de Iguape ao Mar de Dentro.
Ao longo do tempo, a largura deste canal tem
aumentado e provocado assoreamento e poluição
em todo esse delicado ecossistema do Complexo
Estuarino Lagunar, bem como desmoronamentos
como o ocorrido no início deste ano,
que acarretou na destruição
de algumas casas. Participe do evento e saiba
mais sobre a campanha aqui.