Ji-Paraná
(Rondônia) – Entre os 46 presos pela
Operação Daniel até o
momento, a advogada Flávia Ronchi Silva
era peça-chave do esquema de corrupção,
em Rondônia, envolvendo madeireiros,
lobistas, servidores do Ibama e policiais
rodoviários federais.
A advogada era representante
de quase todas as madeireiras que extraíam
ilegalmente produtos florestais de Unidades
de Conservação em terras indígenas
no estado. Em nome deste “consórcio”
de empresas, a advogada corrompia servidores
do Ibama. Ela tinha ascendência na gerência
do Ibama em Ji-Paraná, conforme comprovam
depoimentos já tomados pela Polícia
Federal.
Em gravações
de vídeo autorizadas pela justiça,
a advogada aparece oferecendo R$ 5 mil por
semana ao analista ambiental autor da denúncia
que levou a PF a desmontar a quadrilha, que
atuava há anos em Rondônia. Em
troca, ele deveria agilizar processos das
madeireiras do consórcio, entregar
Autorizações de Transporte de
Produtos Florestais (ATPFs) em branco e sumir
com as primeiras vias desses documentos, usados
na venda de madeira ilegal, principalmente
para empresas de Santa Catarina, Paraná
e São Paulo.
Segundo participantes da
Operação, a advogada também
ofereceu R$ 100 mil para que o analista ambiental
liberasse ATPFs à vontade para duas
empresas de Rondônia.
A Polícia Federal
continua cumprindo mandados de prisão.
Dentre os oito foragidos, alguns tentam negociar
a rendição.Todos os presos na
Operação estão na Superintendência
da PF em Ji-Paraná, prestando depoimentos,
de onde serão transferidos para a penitenciária
local.
Sandra Sato