05/09/2006
- A Embrapa Clima Temperado realiza em parceria
com a Emater, até a próxima
quarta-feira (6), em sua sede, seminário
sobre a cultura da mamona, com a participação
de técnicos de todas as unidades da
Emater do Rio Grande do Sul. No encontro,
realizado em Pelotas, os técnicos recebem
informações sobre produção,
variedade e rentabilidade do cultivo de mamona
no Estado, além de outros dados relevantes
para a atividade. A mamona está sendo
apresentada como solução para
a carência do petróleo e como
fonte de energia renovável. O produto
tem 47% de óleo vegetal, insumo necessário
para a produção da agroenergia.
Segundo o coordenador da
reunião, pesquisador Sérgio
Delmar dos Anjos e Silva, este é o
primeiro treinamento técnico sobre
o sistema de produção da cultura
da mamona no Rio Grande do Sul. Para o gerente
da Emater Regional de Pelotas Clovis Roberto
Costa Vitoria, “ainda é preciso promover
mais cursos, tanto para os técnicos
da Emater, quanto para produtores rurais de
suas regiões”.
O Brasil apresenta como
diferencial “terras disponíveis, localização
geográfica privilegiada e competência
técnica e produtiva para o cultivo
da mamona” diz o pesquisador da Embrapa Clima
Temperado Marcio Magnani. Os pesquisadores
observam que hoje em dia a procura dos produtores
pela mamona cresceu devido ao avanço
das pesquisas com o biocombustível
e conseqüente garantia da compra do produto.
A Embrapa Clima Temperado
já é referência nacional
nas pesquisas com a cultura mamona. Segundo
os organizadores do encontro, o projeto mamona
estabeleceu três metas para sua realização:
compra de maquinários para a demonstrar
a transformação da oleaginosa
em biodiesel; treinamento e o estabelecimento
de unidades de formação nas
regiões do RS.
Este treinamento também
referenda o que foi acertado na recente edição
da Expointer, quando a Embrapa Clima Temperado
assinou contrato de cooperação
técnica com a Emater com o objetivo
de implantar unidades de observação
de cultivares de mamona. No convênio
estão previstas ações
destinadas à avaliação
do desempenho agronômico e fenológico
e trata de auxiliar no zoneamento e execução
de programa de capacitação técnica
da mamona.
Depois de ganhar destaque
internacional com o Proalcool nos anos 70,
o Brasil está adiantado no processamento
do biodiesel. Trata-se de tecnologia mais
limpa que, segundo as pesquisas, reduz em
90% as emissões de fumaça e
extingue a emissão de óxido
de enxofre. Criado com a marca da inclusão
social, o uso de biodiesel tem muito para
crescer e é justamente isso que anima
técnicos e produtores rurais.
Conforme a Medida Provisória
214, do Governo Federal, a partir de 2008
será obrigatória a mistura de
2% de biodiesel no diesel do petróleo.
Cria-se uma demanda de 1 bilhão de
litros/ano desse novo óleo combustível.
Para essa produção serão
necessários 2 milhões de hectares
para o cultivo de oleaginosas de fontes como
a mamona.
Antônio Heberlê