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EXPEDIÇÃO DA FUNAI ENCONTRA VESTÍGIOS QUE INDICAM BOA SAÚDE DO “ÍNDIO DO BURACO”

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2006

14 de setembro - O último remanescente de uma etnia desconhecida que perambula pela região amazônica do oeste de Rondônia, próximo à cidade de Corumbiara, chamado de “Índio do Buraco”, está vivo, provavelmente bem de saúde, e continua a fazer suas roças e a caçar. Está é a conclusão do chefe da Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Guaporé, Altair Algayer, depois de realizar uma expedição, entre os dias 10 a 13 de setembro, para saber a localização deste indígena e as suas condições de sobrevivência.

A história do “Índio do Buraco” é uma das mais misteriosas e instigantes das últimas décadas. Ele foi encontrado por funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) em 1997, quando teve a sua existência comprovada após muitos rumores na região. O nome se deve a um enorme buraco, com cerca de um metro de comprimento, meio de largura e mais de três metros de profundidade, que sempre é encontrado dentro de sua casa. É uma marca pela qual foi possível identificar aldeias dessa etnia que haviam sido totalmente destruída por fazendeiros nos anos 80 e 90. Seria o único sobrevivente de pelo menos dois massacres sucessivos contra seu povo: primeiro, um suposto envenenamento ocorrido por volta de 1985; e depois em 1996, onde foram encontrados cartuchos de bala e restos de uma aldeia sob marcas das rodas de tratores. Mas são suposições que nunca foram comprovadas. Hoje, existem plenos vestígios que indicam uma ocupação antiga na sua área de perambulação.

A Coordenação Geral de Índios Isolados (CGII) deu início a uma série de expedições para saber o grau de proteção etnoambiental das áreas onde há referências da existência de grupos indígenas que não mantém contato com a sociedade envolvente, que somam mais de 60 locais diferentes em todo o país. Esta expedição realizada no oeste de Rondônia foi chefiada por Altair Algayer e integrada por um novo quadro de funcionários recém contratados através de um convênio da Funai com o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Leonardo Lênin, Valdomiro de Almeida e Sulamita Setúbal, além da ajuda do indígena Samuel Aykana, que habita a Terra Indígena Tubarão, próxima à área da expedição.

A equipe entrou numa área de mata sob interdição judicial com aproximadamente cinco mil hectares, localizada entre diversas grandes fazendas, para saber das condições do “Índio do Buraco”. Já no primeiro dia da expedição foram encontrados galhos quebrados, uma pequena derrubada com pouco mais de 200 m² para fazer roça e uma armadilha para caça, uma casa com o tradicional buraco em seu interior, entre outros rastros que indicam a provável localização deste índio isolado. Esses vestígios, em razão das distâncias localizadas entre eles e a força que foi utilizada para serem feitos, tais como o corte de algumas árvores grandes, também servem para atestar que ele está bem de saúde e trabalhando para sua sobrevivência.

“Tivemos um resultado muito bom. Podemos constatar que ele não está muito longe de onde esperávamos encontra-lo e, principalmente, que ele está vivo, o que era o nosso maior temor”, disse Algayer. “Precisamos agora acompanhar esses passos para saber melhor como ele está, se vai dar continuidade na sua roça, e se está menos preocupado com a presença de gente da Funai em seu território”. Este último temor de Algayer, sobre a suposta preocupação que teria em encontrar “brancos”, refere-se, além das cicatrizes em sua memória dos massacres que dizimaram o seu povo, ao último contato visual que ele teve com uma expedição da Funai em novembro do ano passado.

Nesse último encontro, um integrante da expedição foi flechado no peito pelo índio. Acuado, ele fugiu para o mato e depois disso não se teve mais notícia de seu paradeiro. “Podemos supor que ele ainda está desconfiado, pois não construiu uma casa próximo ao local onde deu a flechada”, afirma Algayer. A estratégia da Frente Guaporé, agora, segundo ele, apenas monitorar a perambulação e garantir a proteção da mata sob interdição. “De maneira alguma vamos tentar o contato, queremos apenas garantir o direito dele de viver do modo que ele quiser, de acordo com a sua cultura, em seu território”, afirmou o chefe da expedição.

Coordenação de Índios Isolados

Em processo de reestruturação, a CGII contratou em agosto 11 novos integrantes. Após um curso preparatório, estes novos funcionários foram distribuídos entre as seis frentes de proteção etno-ambiental, que realizam ações de localização, proteção, vigilância e fiscalização, em uma área de aproximadamente 14 milhões de hectares. Essas contratações fazem parte de um convênio firmado no ano passado entre a Funai e o CTI, e financiado pela Fundação Moore. A CGII é coordenada pelo indigenista Marcelo dos Santos, que em 1997 comprovou, em campo, a existência do “índio do buraco”, além de ter feito os primeiros contatos e salvo da exterminação outros grupos indígenas da região, como os Akunt’su e os Kanoê.
Foto: Funai

     

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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