12/09/2006
- São Paulo - A Mezzani, indústria
de massas, e a Dauper, fabricante de biscoitos
e salgadinhos, adotarão uma política
para garantir que seus produtos não
contenham transgênicos. Com isso, elas
passam da lista vermelha (indústrias
que não garantem produtos sem transgênicos)
para a verde (empresas que dão garantias
de uma produção livre de transgênicos)
do Guia do Consumidor, do Greenpeace.
Das 109 empresas que compõem
o Guia, 67 estão na lista verde. Além
das novas adesões, estão nesta
lista gigantes da indústria alimentícia
como Nestlé, Parmalat, Unilever, Sadia
e Perdigão, entre outras. Já
outras gigantes como Bunge, Cargill e Vigor
continuam na lista vermelha, pois não
assumiram o compromisso de levar aos consumidores
brasileiros alimentos livres de transgênicos.
“A mudança de política
de empresas como Mezzani e Dauper demonstra
que a opinião dos consumidores brasileiros
vem sendo cada vez mais respeitada pela indústria
de alimentos. Das 53 empresas da primeira
edição do Guia, 74% estavam
na lista vermelha. Agora, essa porcentagem
caiu para 38%”, declarou Gabriela Vuolo, coordenadora
da campanha de engenharia genética
do Greenpeace.
Além da pressão
dos consumidores, muitas companhias já
perceberam que a produção e
a comercialização de produtos
sem transgênicos pode ser uma alternativa
econômica vantajosa. É o que
mostra o “Relatório Brasileiro de Mercado:
a Indústria de Alimentos e os Transgênicos”,
lançado pelo Greenpeace em julho. O
estudo se baseia no depoimento de dez fabricantes
de alimentos (Batavo, Brejeiro, Caramuru,
Ferrero, Imcopa, Josapar, Perdigão,
Sadia, Sakura e Unilever) e três redes
varejistas (Carrefour, Pão de Açúcar
e Sonae) que adotaram uma política
não-transgênica.
O relatório mostra
também que, apesar de ser difícil
mensurar o retorno de marketing ou imagem
decorrente da adoção dessa prática,
nenhuma das empresas consultadas quis ter
seu nome associado aos produtos transgênicos
e todas temem a rejeição dos
consumidores.