Terças
Tecnológicas - 15/09/2006 - Outro uso
possível das membranas inorgânicas,
mais resistentes e de fácil manutenção,
é para filtragem nos procedimentos
de hemodiálise.
Na próxima terça-feira
(19) acontece mais uma edição
do ciclo Terças Tecnológicas,
promovido pelo Instituto Nacional de Tecnologia
(INT). O tema em debate neste mês é
Membranas inorgânicas: tecnologias e
usos, apresentado pelos pesquisadores José
Carlos da Rocha e Solange Francisco do Nascimento,
da Divisão de Processamento e Caracterização
de Materiais da instituição.
O evento será realizado no auditório
Fonseca Costa, no INT, às 14h30.
Durante o evento serão
apresentados conceitos, classificação
das membranas, seus usos industriais e empregos
especiais, além dos projetos desenvolvidos
no INT, instituição vinculada
ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O uso de membranas vem sendo ampliado para
melhorar a qualidade de diferentes tipos de
água, como a salobra, e esgotos e rejeitos
industriais.
Entre as importantes possibilidades
de utilização das membranas
inorgânicas estão a dessalinização
de águas salobras, por membranas de
filtração. Sua possibilidade
de aplicação na purificação
de água no Nordeste representa grandes
avanços na qualidade de vida daquela
população. Com o uso das membranas,
problemas de abastecimento das regiões
semi-áridas poderão ser evitados.
Em breve, as membranas desenvolvidas pelo
INT estarão em teste na purificação
de água da chuva antes mesmo da chegada
delas às cisternas.
A aplicação
das membranas de ultrafiltração
também se estende para a área
de saúde, com possibilidade de uso
na terapia renal substitutiva, podendo ser
empregada nos procedimentos envolvendo pacientes
com insuficiência renal aguda. A diálise
pode se beneficiar das membranas inorgânicas
à base de cerâmica, sobretudo,
porque poderão ser produzidas no Brasil
com tecnologia nacional, e representarão
uma alternativa às importações.
Em outros países,
as membranas cerâmicas já são
usadas na diálise, e representam vantagem
por apresentarem mais resistência mecânica
e durabilidade, em oposição
às membranas poliméricas, que
só podem ser utilizadas por dez vezes
porque, depois disso, correm o risco de rompimento,
podendo levar o paciente à morte.
No Brasil, segundo dados
de janeiro deste ano da Sociedade Brasileira
de Nefrologia, há mais de 70 mil pessoas
fazendo diálise. Desse total, 64 mil
passam por hemodiálise, sendo quase
90% dos casos atendidos pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). Até o final
deste ano, o INT apresentará um protótipo
que será colocado em teste, por meio
de parceria com uma universidade fluminense.
As membranas atuam na separação
de substâncias de diferentes propriedades,
como tamanho e formato, e podem ser feitas
de diversos materiais, de acordo com sua finalidade,
podendo ser orgânicas ou inorgânicas.
Entre os materiais inorgânicos, um dos
principais é a cerâmica, que
apresenta grandes vantagens sobre os orgânicos,
pois tem melhor desempenho em altas temperaturas
e maior resistência a materiais oxidantes.
As membranas inorgânicas à base
de cerâmica possibilitam, ainda, um
controle sobre o tamanho dos poros, são
mais duráveis e de mais fácil
manutenção.
Os trabalhos do INT no desenvolvimento
de membranas inorgânicas e suas aplicações
serão apresentados no próximo
dia 19. As inscrições são
gratuitas e podem ser feitas até a
próxima segunda-feira (18), pelo site
http://www.int.gov.br/3tecno. Os inscritos
recebem certificado.
O ciclo de palestras
Terças Tecnológicas é
um projeto voltado para estudantes de graduação
e pós-graduação. Tem
por objetivo estimular o debate e a interação
entre tecnologistas do INT e o público
universitário, permitindo aos estudantes
conhecer os projetos, pesquisas e tecnologias
desenvolvidas no Instituto.