12/09/2006 - Uma equipe do Ministério
do Meio Ambiente - MMA e das secretarias estaduais
de Meio Ambiente de Minas Gerais e de Goiás
esteve visitando, nesta segunda-feira (11/09),
as usinas de produção de álcool
e açúcar São Martinho
e Santa Adélia, instaladas em Pradópolis
e Jaboticabal, respectivamente, na região
de Ribeirão Preto. A visita, organizada
pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo - SMA e Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental - CETESB, foi acompanhada
pelo presidente da agência ambiental
paulista, Otávio Okano, e pelos gerentes
das agências de Ribeirão Preto,
Limeira, Araraquara e Piracicaba, e pela assessora
da SMA, Patricia Guardabassi.
Segundo Ruy de Góes, da Secretaria
de Qualidade Ambiental do MMA, que chefiou
a comitiva, os técnicos vieram conhecer
a experiência de São Paulo no
licenciamento ambiental de usinas e plantações
de cana-de-açúcar no estado,
visando dar subsíduos a outras secretarias.
Além da visita às duas usinas,
os técnicos do MMA e dos estados da
Região Centro-Oeste se reuniram, hoje
(12/09), na capital, com o secretário
estadual do Meio Ambiente, José Goldemberg,
e técnicos do Departamento de Avaliação
de Impacto Ambiental (DAIA), do Departamento
Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais (DEPRN), da Coordenadoria de Planejamento
Ambiental Estratégico e Educação
Ambiental (CPLEA) e da CETESB, para discutirem,
entre outros assuntos, como é feita
a fiscalização das usinas, inclusive
o controle segundo a norma de aplicação
de vinhaça (subproduto da cana) como
fertirrigação; a questão
da exigência de 20% da área de
plantio como reserva legal averbada em cartório;
e a preservação e recuperação
das matas ciliares; além de uma apresentação
dos mapas de expansão da cana no Estado
de São Paulo.
Uma preocupação dos técnicos
do governo federal é quanto ao processo
de expansão da área de plantio
da cana, partindo de São Paulo para
outros estados brasileiros, principalmente
para o Triângulo Mineiro e região
de Mato Grosso e Goiás, sem o devido
controle ambiental, principalmente sobre o
processo de queima da palha e a destinação
da vinhaça. A Usina São Martinho,
inclusive, já está instalando
uma nova unidade no Estado de Goiás,
em Quirinópolis, que deverá
entrar em operação até
o final de 2008. No entanto, garantem seus
representantes, terá 100% de corte
da cana mecanizado.
Experiência paulista
Os técnicos do MMA e de Goiás
e Minas Gerais ficaram impressionados com
as boas práticas agrícolas e
de produção de álcool
e açúcar das usinas São
Martinho e Santa Adélia, que respondem,
juntas, por um cultivo superior a 9 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar
(dados da safra de 2005/2006), representando
uma produção de 600 mil toneladas
de açúcar e 400 milhões
de litros de álcool. A Usina São
Martinho já responde pela colheita
mecanizada em torno de 90% (na Santa Adélia,
gira-se em torno de 30%), é a terceira
usina no "ranking" brasileiro de
moagem e sua unidade de produção
de álcool e açúcar é
considerada a maior do mundo.
Ambas as usinas já praticam o manejo
e conservação do solo para evitar
erosões, o manejo integrado de pragas,
a rotação de culturas de cana
para grãos, preservação
das matas ciliares e recursos hídricos,
além do uso correto dos defensivos
agrícolas e a destinação
adequada das embalagens vazias de agrotóxicos.
As duas também utilizam a vinhaça
- e a torta de filtro, que passa por um processo
de compostagem - como fertilizante em suas
áreas de cultivo da cana. "Para
nós, poluição significa
perda", resumiu Vitor Antenor Morilha,
coordenador de Meio Ambiente da Usina São
Martinho.
Texto: Renato Alonso
Foto: José Jorge