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BRASIL: COMBATE A BIOPIRATARIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2006

Fiscalização contra biopirataria é insuficiente, diz relatório do TCU

16 de Setembro de 2006 - Monique Maia - da Agência Brasil - Brasília - A venda clandestina de animais silvestres e plantas medicinais para pesquisas no exterior resultam ao Brasil prejuízos ambientais e econômicos. A conclusão é do relatório elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta a fiscalização como a principal causa para a biopirataria.

Segundo o relatório, a floresta amazônica abriga 70% da biodiversidade do mundo e está ameaçada. Os aeroportos, portos e fronteiras entre Brasil, Colômbia e Peru são os locais mais vulneráveis e, ao mesmo tempo, com falhas na fiscalização. De acordo com o levantamento, a presença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nos aeroportos é deficiente.

O Ibama, órgão responsável pela fiscalização da fauna e flora brasileira, possui um posto de fiscalização localizado no aeroporto de Brasília.

“No aeroporto internacional de Manaus verificou-se que a fiscalização ostensiva de bagagens e passageiros só acontece quando há interesse tributário, sendo nesse caso realizada pela Receita Federal, que, quando detecta algum material genético nas bagagens solicitam a ajuda do Ibama. O único equipamento utilizado na vistoria de bagagem é de propriedade da RF. Existem ainda vôos fretados que se destinam à Europa e, como não há interesse tributário, não há fiscalização”, aponta o relatório .

Além disso, o aeroporto de Manaus passa por outros problemas. A falta de capacitação dos funcionários no manuseio de cargas facilita invasões biológicas. No levantamento, o TCU ressalta que o risco de contaminação da floresta amazônica é ainda maior devido à proximidade do aeroporto com uma área florestal.

“Disso [contaminação biológica] decorrem impactos que se constituem, em muitos casos, nas principais ameaças à sobrevivência de espécies ameaçadas de extinção. As conseqüências principais são a perda da biodiversidade e a modificação dos ciclos e características naturais dos ecossistemas atingidos, bem com a alteração fisionômica da paisagem natural, com conseqüências econômicas vultuosas”, aponta o relatório.

A entrada de pragas já trouxe prejuízos ao agronegócio. Em 2003, o Brasil teve prejuízo de US$ 2 bilhões na safra de soja, devido a entrada da “ferrugem da soja”.

De acordo com o relatório, a biopirataria vem crescendo a partir do interesse de países estrangeiros em desenvolver pesquisas com a utilização do material genético das espécies brasileiras. Através desses estudos, são feitos produtos para fins comerciais. No entanto, com a entrada ilegal de animais e plantas, não se estabelece a repartição dos benefícios e lucros gerados pelo produto comercializado.

Estima-se que o prejuízo inicial, no caso de medicamentos desenvolvidos com base na biodiversidade brasileira, seja de US$ 240 milhões por ano. No entanto, o relatório propõe algumas soluções para isso. “Incentivo ao estudo e desenvolvimento de produtos derivados da biodiversidade dentro do Brasil”.

Além de destacar as principais falhas da fiscalização, o Tribunal de Contas da União deu um prazo de 180 dias (até março de 2007) para que o governo federal melhore os serviços de fiscalização nas áreas consideradas vulneráveis do território brasileiro.

Coordenador do Ibama reconhece fiscalização deficiente contra biopirataria

16 de Setembro de 2006 - Carolina Pimentel* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O coordenador de fiscalização aeroportuária do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Antônio Ganme, reconheceu que o combate à biopirataria e tráfico de animais silvestres é suficiente. O Ibama é responsável pela proteção da flora e fauna do país, porém um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o trabalho de fiscalização do órgão nos aeroportos e fronteiras é deficiente.

Ganme disse que a fiscalização inadequada é resultado da falta de profissionais capacitados e dinheiro. “De fato, está bem aquém do que seria o ideal. O órgão não dispõe de todos os recursos humanos e financeiros para fazer um combate efetivo”, disse, em entrevista à Radiobrás.

De acordo com ele, 300 pessoas atuam na área e novos profissionais estão em processo de capacitação, porém a formação é lenta. “A gente tem treinado esses fiscais para que possam aprender a trabalhar e fiscalizar esse tema. A formação de novos fiscais ocorre em quantidades pequenas, de uma certa forma, não repõe o que a gente perde com aposentadorias e outros tipos de afastamentos”.

Sobre os recursos escassos, o coordenador explicou que o departamento precisa dividir dinheiro com outras áreas qua compõem a diretoria de proteção ambiental. “O orçamento total da diretoria de proteção ambiental do Ibama foi de R$ 30 milhões. Isso envolve desde o controle do desmatamento na Amazônia, região da mata atlântica, combate a incêndios e queimadas, até a parte de toda a fiscalização de pesca, de fauna. O recurso, no total, é muito pequeno pra essa diretoria.”

Ganme falou sobre a principal dificuldade em combater a biopirataria: a facilidade com que o criminoso envia material para o exterior. Segundo ele, disfarçados de integrantes de organizações não-governamentais, religiosos ou até mesmo pesquisadores, os biopiratas conseguem mandar informações sobre substâncias nacionais pelos Correios, centros de pesquisa e pela internet.

“O seqüenciamento genético de uma planta pode ser feito dentro do Brasil e ele [biopirata] encaminha para fora só a informação. Ele pode mandar até um e-mail para fora com essa informação. Há uma série de entradas dos indivíduos interessados que podem obter a informação e encaminhar para fora até pela internet. E aí, patenteiam lá.”

O coordenador do Ibama afirma que está sendo feito um trabalho de conscientização com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e centros de pesquisa para impedir a biopirataria. O TCU deu um prazo até março de 2007 para que o governo federal melhore os serviços de fiscalização nas áreas consideradas vulneráveis.
Colaborou Raquel Mariano

TCU decide acompanhar mudanças na fiscalização contra biopirataria

16 de Setembro de 2006 - Carolina Pimentel* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Depois de concluir que a fiscalização contra a biopirataria no Brasil é insuficiente, o Tribunal de Contas da União (TCU) acompanhará o desempenho dos órgãos do governo federal para melhorar a atuação nesta área, segundo informou o secretário de controle externo do tribunal, Ismar Barbosa.

O TCU determinou que o governo federal melhore os serviços de fiscalização até março de 2007. Em entrevista à Radiobrás, o secretário disse que o tribunal irá avaliar o desempenho desde a instalação de postos de fiscalização no Amazonas ao treinamento de funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela proteção da fauna e flora brasileiras.

O instituto argumenta que os servidores não são capacitados para combate à biopirataria. “O Ibama ainda não tem uma preparação, capacitação suficiente. O tribunal vai atuar junto ao próprio Ibama no sentido de melhor equipá-lo.”

Barbosa aponta como prioridade a instalação de postos de fiscalização nos aeroportos. “Essa é uma necessidade, especialmente na região Amazônica. Nós detectamos que já era um fato comentado, mas agora a auditoria comprova a necessidade dos postos nos aeroportos para evitar fluxo irregular das espécies.”

De acordo com o secretário, a auditoria constatou que a comunicação entre os órgãos públicos é falha e o tribunal recomendou ao Ministério do Meio Ambiente a criação de um banco de dados para controlar o acesso à flora e animais do país. O secretário alertou para a elaboração de políticas de prevenção, conscientização da população, além do aperfeiçoamento das leis.
Colaborou Raquel Mariano

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Ascom

 
 
 
 
 
 

 

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