19
de Setembro de 2006 - Monique Maia - Da Agência
Brasil - Brasília - O uso de fontes
alternativas de energia, como vento e sol,
está em debate na 6ª Conferência
Latino Americana sobre Meio Ambiente (Ecolatina).
O encontro começou ontem (18) e termina
quinta-feira, em Belo Horizonte, conhecida
por especialistas como “cidade solar da América
Latina”.
De acordo com o coordenador
do encontro, Ronaldo Gusmão, é
fundamental discutir a utilização
dessas fontes de energia, já que o
uso em excesso de petróleo e carvão
mineral está alterando o clima do planeta,
assim como os desmatamentos e queimadas.
“Se trabalharmos de forma
integrada, temos condições de
ser no futuro uma potência do ponto
de vista da energia renovável, não
só para a América Latina como
para todo o mundo”, afirmou.
Atualmente, 8% da energia
produzida no mundo vem de fontes renováveis.
No Brasil, o índice é de 40%.
Alguns municípios aproveitam esse potencial,
como Belo Horizonte. A capital mineira utiliza
energia solar como base para aquecimento de
água, substituindo os chuveiros elétricos.
“Cerca de 8% da energia
consumida no Brasil se deve à utilização
de chuveiros elétricos. Iniciativas
como essa são importantes porque diminuem
a pressão do consumo de energia gerado
de outras fontes, principalmente hidrelétricas,
e aumentam o nível de eficiência
ecológica na cidade”, avalia o secretário
executivo do Ministério do Meio Ambiente,
Cláudio Langone.
De acordo com o secretário,
é preciso apostar em uma matriz energética
mais diversificada e sustentável. O
presidente da Associação Brasileira
dos Pequenos e Médios Produtores de
Energia (APMPE), Ricardo Pigatto, concorda.
Mas lembra que o uso das tecnologias vai diminuir
o risco de déficit na geração
de energia apenas nos anos de 2010 e 2011.
Um estudo divulgado pela
organização não-governamental
WWF sugere que o Brasil adote um plano nacional
de eficiência energética com
metas quantitativas. E estima que, com a adoção
de um cenário sustentável, o
desperdício de energia pode cair até
38% até 2020.
A Ecolatina reúne
43 instituições nacionais e
internacionais e representantes dos governos
federal, estadual e municipal, além
de 13 países, entre eles Argentina,
Chile, México, Estados Unidos e França.
O evento é promovido pelo Ministério
do Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Secretaria do Meio Ambiente de Minas
Gerais e Prefeitura de Belo Horizonte.