21/09/2006
- Ressaltar a importância da tecnologia
agrícola na viabilização
do desenvolvimento da produção
de biocombustível. Esse foi o principal
objetivo da participação da
Embrapa no Fórum e Exposição
das Energias Alternativas do Brasil - Power
Future 2006 – realizado em Fortaleza, de 18
a 20 de setembro. O pesquisador da Embrapa
Agroindústria Tropical (Fortaleza/CE),
João Pratagil Pereira de Araújo,
representou o diretor-presidente da Embrapa,
Silvio Crestana, nos painéis “Bioenergia,
Biomassa, Biogás e Hidrogênio”
e “Biocombustíveis e Agroenergia”.
João Pratagil apresentou
as principais linhas de pesquisa da Embrapa
nos quatro componentes da matriz energética
focados pela empresa - biodiesel, etanol,
resíduos agrícolas e urbanos
e florestas energéticas - e destacou
a importância do desenvolvimento de
um processo agrícola sustentável,
capaz de gerar variedades vegetais mais produtivas
e de melhor qualidade para a produção
de biocombustível.
Para o pesquisador, atualmente
o enfoque está centrado no processamento,
na obtenção e no controle de
qualidade de produtos finais e na instalação
de mini-usinas, sem uma conexão muito
clara com o setor produtivo. “Procuramos enfatizar
a importância da produção
agrícola, considerado o elo mais fraco,
por se apropriar apenas de 3 a 5% do que é
gerado na cadeia produtiva de qualquer agronegócio
mas que, se não contar com um sistema
de produção competitivo e um
manejo e produtividade adequados, pode tornar
inviável o desenvolvimento do setor”,
pondera João Pratagil.
A análise foi bem
recebida pelos demais participantes do Power
Future 2006, como a Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), o Ministério de Desenvolvimento
Agrário e a Petrobrás. Durante
o encontro, o gerente de Biocombustíveis
da Petrobrás, José Carlos Miragaya,
manifestou interesse em procurar a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento para estabelecer
uma estratégia de programas de melhoramento
genético para espécies mais
conhecidas como mamona, dendê, babaçu
e soja, e de investimento em culturas novas,
como o pinhão manso.
Durante a palestra, João
Pratagil salientou a missão da Embrapa
Agroenergia de viabilizar soluções
tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento
sustentável e eqüitativo do negócio
da agroenergia do Brasil. Ele explicou que
a nova Unidade vai se constituir num centro
de excelência e de referência
mundial em energia derivada de fontes agrícolas
e renováveis, bem como de bioprodutos
e biomateriais, contribuindo para estimular
e apoiar tecnologicamente o desenvolvimento
de clusters de negócios de base tecnológica
da agricultura, agroindústria e biorrefinarias.
Teresa Barroso