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Sep 2006 - O primeiro plano de ação
para a espécie vai assegurar a manutenção
de populações de Arara-Azul-Grande
(Anodorhynchus hyacinthinus) na sua área
de ocorrência original e reduzir ao
máximo o nível de ameaça
sobre a espécie. No documento são
compiladas todas as informações
sobre a espécie, bem como os objetivos,
as diretrizes, as prioridades e os prazos
para a conservação das araras
azuis.
Atividades de campo, dados
sobre o tráfico nacional e internacional
de animais, as análises genéticas,
a criação comercial de aves
ameaçadas e a incidência dessa
espécie na Bolívia foram alguns
dos temas discutidos pelo comitê.
A escolha do estado do Mato
Grosso do Sul para realização
do evento foi motivada pela existência
do projeto Arara-Azul, uma referência
na conservação da espécie.
O projeto, coordenado pela bióloga
Neiva Guedes, já instalou 182 ninhos
artificiais e monitora um total de 367 ninhos
cadastrados em 54 fazendas, localizadas no
Pantanal de Aquidauana, de Miranda, de Rio
Negro, do Abobral, da Nhecolândia e
do Nabileque. O resultado é que desde
1999, o número de araras-azuis subiu
de 1.500 para 5.000 no Pantanal.
Segundo Neiva Guedes, o
plano de ação será submetido
a uma revisão, confecção
de mapas, e preparação para
publicação, possivelmente no
primeiro semestre de 2007.
O Comitê para Recuperação
e Manejo da Arara-Azul-Grande foi criado em
maio de 2003 por meio de portaria do Ibama
e congrega pesquisadores e instituições
como a Sociedade de Zoológicos do Brasil
(SZB) e a Sociedade Brasileira de Ornitologia
(SOB), e setores do próprio Ibama como
a coordenação da Fauna, a coordenação
de Espécies da Fauna e o Centro de
Pesquisas para a Conservação
das Aves Silvestres.
A arara-azul-grande é
considerada o maior psitacídeo do mundo,
podendo chegar até um metro de comprimento
total. Destaca-se pela beleza, com uma plumagem
azul cobalto em todo o corpo, e sofre com
a destruição de seu habitat
natural e com a captura ilegal para tráfico
de animais silvestres. A espécie ocorre
principalmente no Brasil, podendo também
ser encontrada no Paraguai e Bolívia.
Desde 1999, o WWF-Brasil
apóia a conservação das
araras-azuis. O Projeto Arara Azul também
conta com o apoio da Universidade para o Desenvolvimento
do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp),
Toyota do Brasil e Refúgio Caiman.
O encontro, realizado no
Indaiá Park Hotel de Campo Grande (MS)
nos dias 20 e 21 de setembro, contou com o
apoio do WWF-Brasil. Na sexta-feira, 22, os
membros do Comitê participaram de visita
de campo ao Projeto Arara-Azul.