21
de Setembro de 2006 - Ivan Richard - Da Agência
Brasil - Brasília - Para lembrar o
Dia da Árvore, comemorado hoje (21),
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
promoveu palestras, exposições
e debates sobre a preservação
das árvores e reciclagem.
O presidente do Ibama, Marcus
Barro, lembrou que o país vem conseguindo
reverter um quadro de desmatamento sistemático.
De acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, até 2004 o Brasil perdia
por ano 27 mil quilômetros quadrados
de floresta nativa da Amazônia. Em 2005,
houve uma redução de 31% na
derrubada da floresta. Este ano, segundo ainda
o ministério, são mais 11% de
redução do desmatamento.
“O dia 21 é o Dia
da Árvore como um símbolo, mas
estamos preocupados com todo ecossistema,
com a biodiversidade”, afirmou Barros. Segundo
ele, o país não pode impedir
o desenvolvimento agarrando-se às árvores.
“Precisamos desenvolver a Amazônia sim,
mas com o máximo de floresta em pé,
de forma sustentável. A lei de gestão
de florestas, aprovada pelo Congresso, veio
para dar ordem à exploração
florestal”, argumentou.
O Ibama também apresentou
hoje seu programa de adesão a Agenda
Ambiental na Administração Pública.
A partir de agora, o instituto vai desenvolver
ações que incentivem a coleta
seletiva de materiais, a redução
dos gastos com energia e o consumo de água.
Além disso, será realizada campanha
visando diminuir o uso de copos descartáveis
e, nas licitações, serão
considerados aspectos ambientais dos produtos
adquiridos e se as empresas fornecedoras respeitam
o meio ambiente.
Ibama apreende mais
de 18 mil metros cúbicos de madeira
em uma semana de operação no
Pará
22 de Setembro de 2006 -
Carolina Pimentel - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Fiscais da Operação
Kojima do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
devem permanecer até a próxima
semana na região de Anapu, no Pará,
para investigar novas denúncias de
madeira extraída ilegalmente e que
estaria escondida na mata.
Iniciada há uma semana,
a operação já apreendeu
mais de 18 mil metros cúbicos de toras
de madeira (o equivalente a 900 carretas de
caminhão) de espécies como ipê
e jatobá, às margens do Rio
Tueré (no local conhecido como Terra
da Paz), e também em madeireiras de
Anapu. A apreensão já é
considerada a maior feita pelo órgão
no Pará. Os responsáveis pelo
crime ambiental ainda não foram identificados.
“Estamos fazendo uma varredura
num raio de 50 quilômetros, inclusive
na bacia do Rio Pacajá, onde existem
denúncias. A mesma forma [de crime]
se reproduz na bacia do Pacajá”, disse
o gerente do Ibama em Altamira (PA), Roberto
Scarpari.
O Ibama, segundo o gerente,
está articulando para que a madeira
apreendida seja destinada a instituições
sociais, que poderiam leiloar as toras. “Se
nós deixarmos a madeira lá [na
Terra da Paz], certamente ela será
desovada. O pessoal volta e dá um jeito
de retirar, porque não temos como manter
uma pessoa fazendo a guarda da madeira”, explicou.
As equipes chegaram à
madeira escondida na Terra da Paz por meio
de uma denúncia feita ao sistema Linha
Verde do Ibama, ouvidoria que recebe denúncias
pelo telefone 0800–618080. De helicóptero,
Fiscais sobrevoaram o local para confirmar
as informações, segundo o Ibama.
O gerente lembrou que a
denúncia é instrumento fundamental
no combate à extração
ilegal de madeira na Amazônia, pois
o Ibama ainda não dispõe de
tecnologia de monitoramento por imagem capaz
de identificar com facilidade esse tipo de
crime.
“Na extração
ilegal de madeira, eles selecionam árvores
de maior valor e as clareiras são pequenas.
Por imagem, ainda não temos tecnologia
que consiga identificar essa extração.
O pessoal está trabalhando para alcançar
essa tecnologia. Por isso a denúncia
tem sido a arma principal”, afirmou Scarpari.
Participam da Operação
Kojima 300 fiscais de Belém, Marabá
e Altamira, além da Polícia
Militar paraense e de policiais federais.
A ação recebeu esse nome em
homenagem ao servidor do Ibama Júlio
Kojima, morto em um acidente de carro quando
se deslocava para Anapu.
Seminário
incentiva articulação entre
peritos e delegados para combater crimes ambientais
20 de Setembro de 2006 -
Monique Maia - Da Agência Brasil - Brasília
- Peritos criminais federais, delegados e
representantes de instituições
governamentais que atuam na área de
meio ambiente, Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)
discutem até sexta-feira (22) a atualização
dos conhecimentos técnico-científicos
e a integração do trabalho com
as Delegacias de Repressão a Crimes
contra o Meio Ambiente e ao Patrimônio
Histórico.
O 3º Seminário
de Perícias de Crimes Ambientais foi
aberto na segunda-feira (18) e segundo o coordenador
do encontro, Emílio Cruz, chefe da
Área de Perícia e Meio Ambiente
do Instituto Nacional de Criminalística,
o objetivo “com essa integração
é melhorar a efetividade da Polícia
Federal no combate ao crime ambiental”.
Atualmente, a PF tem 87
peritos ambientais em todo o país.
Com funções especificas nas
áreas de agronomia, biologia, engenharia
florestal e química, eles ajudam a
formular laudos periciais sobre crimes como
biopirataria e desmatamento. De acordo com
Emílio Cruz, para a elaboração
do documento são necessárias
saídas a campo e o uso de tecnologias
avançadas, como o geoprocessamento.
A tecnologia faz o processamento
de informações cartográficas
(mapas e plantas) por meio de imagens de radares
que ficam acoplados aos satélites.
Emílio Cruz explicou que “hoje em dia,
o desmatamento ocorre de forma seletiva, ou
seja, são abertas pequenas clareiras
na mata que ficam abaixo da copa das árvores.
Um satélite de baixa resolução
espacial não detecta essas áreas,
mas o radar consegue apontar um vazio de biomassa
e repassa a imagem para o satélite”.
O perito citou como exemplo
de ajuda do geoprocessamento a Operação
Curupira, realizada pela PF e pelo Ibama em
Mato Grosso. Foram presas quadrilhas especializadas
em crimes ambientais, como a falsificação
de autorizações para transporte
de produto florestal.
Segundo o perito criminal
federal João Luiz de Oliveira, de Minas
Gerais, tecnologias como essa são fundamentais
para a realização dos laudos.
Ele lembrou os casos de apreensão de
animais silvestres em cativeiros: “Para constatar
se realmente os animais nasceram em cativeiro
ou foram retirados da natureza, os peritos
aplicaram testes de DNA para mapear as espécies
encontradas”.
O laudo pericial geralmente
é solicitado a partir de denúncias
que as delegacias recebem de órgãos
de fiscalização, como o Ibama
e Ministério Público (MP). Neste
caso, a Policia Federal instala inquérito
e solicita a perícia criminal para
comprovar se houve ou não dano ambiental.
Com as informações técnicas
coletadas, o delegado integra ao laudo os
depoimentos de testemunhas e a documentação
é enviada para a análise da
Justiça Federal e MP. Se comprovado
o crime ambiental, o agente do dano é
indiciado.