04/10/2006
- Marluza Mattos - O Brasil apresentou suas
experiências com biocombustíveis
na 2ª Reunião Ministerial do Diálogo
de Gleneagles sobre Mudança do Clima,
Energia Limpa e Desenvolvimento Sustentável,
que encerra nesta quarta-feira (4), em Monterrey,
no México. Segundo o secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, Claudio
Langone, que está à frente da
delegação brasileira, os biocombustíveis
são uma alternativa que permite aos
países cumprirem suas metas, assumidas
na Convenção das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas.
De acordo com um estudo
que baseou as discussões da reunião,
elaborado pelo consultor internacional Nicolas
Stern, os países desenvolvidos terão
prejuízo no futuro, caso não
invistam a partir de agora em políticas
de combate ao aquecimento global, como o uso
de biocombustíveis. Stern sugere que
esses países invistam 1% do orçamento
na área. "O Brasil assume uma
posição de destaque nessa questão",
diz Langone.
O secretário-executivo
explica que ainda é preciso convencer
alguns países a não oferecer
resistência à importação
de biocombustíveis de países
em desenvolvimento. "Se eles compram
petróleo do Oriente Médio, também
podem comprar biocombustíveis dos países
em desenvolvimento. É preciso ampliar
o financiamento para alternativas de energia
limpa e garantir mercado internacional",
argumenta Langone.
O Brasil defenderá,
na última plenária da reunião,
que seja reforçada a necessidade de
os países desenvolvidos cumprirem suas
metas e responsabilidades. O Brasil ainda
deverá sugerir que a implementação
do Protocolo de Quioto seja acelerada e que
os países do Grupo das 8 Nações
(G8) acolham a proposta, apresentada pelo
Ministério do Meio Ambiente, que estabelece
incentivos positivos para os países
em desenvolvimento que reduzirem suas taxas
de desmatamento.
A 2ª Reunião
Ministerial do Diálogo de Gleneagles
tem caráter político. Ela antecede
a 12ª Conferência das Partes da
Convenção sobre Mudanças
Climáticas (COP12), que será
realizada em novembro, em Nairobi, no Quênia.
O Diálogo de Gleneagles é um
fórum criado no âmbito do G8,
em 2005, para complementar e reforçar
negociações formais que se dão
no contexto da Convenção sobre
Mudanças Climáticas.